Uma pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que o número de pessoas desempregadas que procuram por trabalho há mais de cinco meses em Mato Grosso aumentou de 43,5% para 57,9% no último ano.
A proporção é comparada entre o primeiro trimestre de 2020 e o de 2021. De acordo com o Dieese, a pandemia veio aprofundar o quadro de desestruturação do mercado de trabalho que já era grave.
“A comparação do primeiro trimestre de 2021 com o primeiro de 2020, antes do início da pandemia, indica que o mercado de trabalho ainda está longe de dar sinais de recuperação”, diz um trecho do estudo.
Os dados baseados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para o período mostram queda de 100 mil empregados ativos no estado, que tinha 1,7 milhão de ocupados em 2020 e tem 1,6 milhão em 2021.
O estudo também aponta para o aumento do total de desempregados no estado, que foi de 156 mil para 180 mil, em um ano.
A taxa que combina desempregados e desalentados – pessoas que desistiram de procurar trabalho – passou de 9,5%, no primeiro trimestre de 2020, para 11,5%, no mesmo período de 2021.
Segundo o estudo, o dado mais preocupante é que, entre os chefes de família, essa mesma taxa combinada de desemprego com desalento correspondeu a 6,7%, em 2020, e a 8,1%, em 2021, o que indica maior número de famílias em situação de vulnerabilidade.
Salário
Os rendimentos médios do trabalho, calculados por hora, não tiveram alteração significativa, passando de R$ 14,31 para R$ 14,28.
“Porém o dado não permite comemoração, uma vez que os que ganhavam menos foram os que mais sofreram com a pandemia, perdendo emprego e renda. Assim, os que tinham maiores rendimentos permaneceram em casa, trabalhando, o que manteve a média no mesmo patamar de 2020”, diz outro trecho do estudo.