A falta de conhecimento sobre as formas de contágio das novas variantes do Sars-CoV-2, vírus causador da covid-19 têm preocupado os profissionais de saúde, que estão na linha de frente de combate à pandemia, já que os protocolos de prevenção continuam sendo os mesmos e podem não ser o suficiente, conforme relatou, o presidente do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-MT), Antônio César Ribeiro.
“Os cuidados de contaminação no trabalho permanecem exatamente iguais: proteção individual, com óculos, máscara de proteção facial capote impermeável, luvas, lavagem das mãos, distanciamento social dentro do hospital, inclusive”, reforça.
O que o presidente do Conselho culpa ao “conjunto de situação que expõe muito o trabalhador” que por ter baixo salário, às vezes, trabalha em dois ou até três empregos.
“As jornadas das UTIs são sempre de 12 horas consecutivas. O cansaço acaba vulnerabilizando e expondo o profissional mais a risco, porque o déficit de atenção pelo cansaço, pelo emocional, também pelo medo e insegurança”, assinala.
Ele observa, ainda, que por todo o país a realidade é a mesma com “um número muito pequeno de profissionais para cuidar de um número grande de pacientes. Aí o profissional de enfermagem continua muito cansado”.
O Coren segue atento às reclamações ou denúncias dos profissionais, conforme ele que a autarquia já não registra desde que “os hospitais aprenderam que sem cuidar dos profissionais eles também não vão dar conta de cuidar dos doentes”.
Infelizmente, como lembra Ribeiro, Mato Grosso ocupa o 3º lugar de mortes de profissionais de enfermagem pelo coronavírus no país e o Brasil é o 1º lugar do mundo. Em todo o estado morreram 39 enfermeiros em decorrência das complicações do vírus.
O estágio que a doença chegou hoje, dificulta dizer se o profissional se infectou no trabalho ou na comunidade. “Você pode ser contaminado em qualquer lugar: supermercado, ponto de ônibus e até no trânsito. Se brincar, alguém espirra no carro da frente e vocês está atrás, o vento traz para você”, analisou.