Segunda-feira, 20 de setembro, Dia do Poeta Mato-Grossense. A data efeméride, instituída por lei em junho de 2008, homenageia o nascimento de Benedito Sant’Anna da Silva Freire, o poeta Silva Freire.
Para celebrar, a Casa Silva Freire divulga os resultados do projeto de catalogação e digitalização do acervo pessoal do poeta.
A diretora da Casa, Larissa Silva Freire Spinelli ressalta que ter toda sua obra publicada era um desejo declarado do poeta, registrado em entrevista. “O primeiro passo foi dado e o futuro nos reserva boas surpresas”.
A solenidade será transmitida em tempo real, via página da Casa Silva Freire no Facebook, a partir das 19h (horário de MT).
Durante o evento, será exibido vídeo em que a equipe do projeto e a consultora especialista em metodologia de arranjo de acervo, a professora Elizabeth Madureira, contam como se deu o processo de tratamento do acervo, bem como a classificação, catalogação e digitalização. Também será divulgado o mockup do catálogo que direcionará futuras consultas ao acervo.
“Agora, pudemos ter a noção mais abrangente, um panorama, sobre sua produção, e desejamos em breve ter novas publicações”, explica Larissa. Os arquivos foram organizados pela primeira vez por Glenda Silva Freire e então, mantidos sob a guarda de Leila Freire, viúva do poeta.
O acervo
Entre as surpresas e descobertas estão muitos poemas inéditos, principalmente da década de 1950, período que o poeta Silva Freire estava estudando no Rio de Janeiro. Há ainda, poemas reunidos já preparados para uma publicação.
“Acrescentam ao acervo, poemas recebidos de outros escritores em sua homenagem. Para o campo da literatura esse tipo de documentação é importante para compor uma historiografia literária. Poemas publicados nos jornais também foram reunidos, pois não tínhamos os originais. Dessa forma, identificamos produções até então desconhecidas da Casa. Elas são importantes, pois traduzem a visão de mundo do poeta”, explica.
Discursos políticos, jurídicos e na área da docência são outros documentos de grande relevância para que se possa entender o “universo silvafreiriano”.
Preservando os originais
Nesta primeira etapa, foram realizados o tratamento e restauro de alguns textos que estavam em processo de desgaste avançado, a equipe pôde estabilizar o desgaste dos documentos, preservando os originais. “Com a digitalização de fotos e documentos escritos, evitamos que eles se deteriorem com o contato”.
Todo o trabalho foi desenvolvido sob coordenação geral, executiva e técnica, respectivamente, de Leila Freire, Larissa e João Paulo Lacerda Paes de Barros. Contou ainda com a supervisão minuciosa da especialista em arranjos de acervo de família, a historiadora Elizabeth Madureira e assistência de produção de Claudia Borges.
Como assistentes técnicas de catalogação e digitalização, a estudante de Pedagogia Centro Universitário de Várzea Grande – UNIVAG, Milene Daniele Borges e Fabiana Silva Azevedo, que possui vasta experiência em catalogação de acervos e cursa História na Universidade Federal de Mato Grosso. Vale ressaltar, projeto ainda teve suporte da equipe do Arquivo Público de Mato Grosso.
Banco de dados
À ocasião do evento, será revelada a metodologia adotada e qual o processo utilizado para catalogação e digitalização dos documentos e ainda, um “antes e depois”.
“Realizamos um levantamento de um grande número de informações, um banco de dados que será muito útil para pesquisas no campo literário. E de outro lado, vai nos propiciar muitas ações futuras e uma política de publicação, de agora para frente, atendendo seu desejo de democratizar sua obra”.
O inventário da obra só foi possível graças à aprovação do projeto em edital realizado pelo Governo de Mato Grosso, via Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer – Secel-MT, em parceria com o Governo Federal, via Secretaria Nacional de Cultura, do Ministério do Turismo.