Um incêndio de grandes proporções foi registrado em uma fazenda em Colniza, a 1.065 km de Cuiabá, na última quinta-feira (29). A área atingida, mais de 30 hectares, equivale a 30 campos de futebol.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Colniza é o 8º município com mais focos de queimadas no país entre 1º de janeiro e 30 de agosto deste ano. Basta percorrer poucos quilômetros por estradas da região para encontrar fumaça e focos de incêndio. O trabalho de fiscalização não tem data para terminar na região.
Conforme o tenente do Corpo de Bombeiros Frank Marcelino Costa, que atendeu a ocorrência na fazenda, há a suspeita de que o proprietário da fazenda tenha provocado o incêndio.
“Realmente há indícios de desmatamento e também de incêndio florestal. O caso será averiguado e informado às autoridades. Devido ao clima, aos sintomas climáticos e uma grande incidência do fogo sobre a vegetação em decorrência da baixa umidade relativa do ar e do calor elevado e do vento, nós demarcamos os pontos geográficos dessa área. Vamos levar agora para análise e, pelas coordenadas, vamos saber do proprietário o que ocasionou esse incêndio e responsabilizá-lo por isso. Pode ser um crime ambiental em decorrência de um crime florestal e será averiguado, confirmado e o proprietário responsabilizado.
Em outra fazenda, mais áreas foram consumidas pelo fogo. Os agentes também encontraram troncos cortados de árvores com mais de 30 anos.
O dono da fazenda vai ser investigado. Ele disse que o fogo foi acidental.
“Muitas vezes a pessoa fala, foi acidental e não foi. Esse aqui começou lá na beira do rio e veio chegando para cá. Se não fosse a estrada tinha queimado milhares de hectares”, disse.
Em uma semana, a Operação Amazônia já detectou mais de 60 pontos de desmatamento em Colniza, isso equivale a mais de 60 mil hectares de área desmatada.
Agentes do Ibama e da Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema) já aplicaram mais de R$ 60 milhões em multas só nesta semana.
Conforme um representante do Ibama em MT, o órgão está atuando junto a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) e a Polícia Militar na segurança dos fiscais que estão atuando em campo, regiões muito sensíveis, as vezes dentro de terras indígenas, de parques nacionais, onde além disso, há a suspeita de que haja crime organizado.