Dezesseis municípios de Mato Grosso são governados por mulheres. Aproximadamente 11,3% das prefeituras são comandadas por mulheres. E, apenas 190 de 1.406 vereadores de todo o estado são mulheres, o que corresponde a 13,5%, segundo a União das Câmaras Municipais de Mato Grosso (UCMMAT).
De acordo com a Associação Mato-Grossense dos Municípios (AMM), além das 16 prefeitas, são 21 vice-prefeitas. No entanto, todas as prefeitas têm vices homens e, os casos em que as vices são mulheres, os prefeitos são homens.
A prefeita de Chapada dos Guimarães, Thelma de Oliveira (PSDB), disse que a mulher tem um olhar diferenciado quando está à frente da administração pública. Mas, na gestão pública em termos administrativos e financeiros, os desafios são praticamente os mesmos.
“A diferença é o olhar feminino que a mulher tem para os problemas que a sociedade exige e quer que sejam resolvidos. Por exemplo, a mulher tem a tendência de ter um caminho muito mais próximo às questões sociais nas áreas de saúde, educação, assistência, sempre buscando a melhoria da qualidade de vida”, avaliou.
Para a Thelma, é importante obras de infraestrutura, como pontes e asfaltos, mas que a mulher também tem outras necessidades, principalmente ações voltadas para a área social e desenvolvimento humano.
Um dos problemas enfrentados pelas mulheres é a visão dos homens de que são mais frágeis. “A mulher tem que estar se impondo e empoderando outras mulheres permanentemente. Assim trazendo mais mulheres para perto. Nunca encontrei discriminação no meu caminho, mas existem desafios e provocações que nós mulheres sofremos e temos sempre que responder à altura”, declarou Thelma.
A prefeita de Várzea Grande, Lucimar Campos (DEM), disse que a mulher é importante em qualquer função que ocupa e que a mulher é mais sensível em relação às áreas sociais.
“Acredito que a importância está no compromisso, no zelo com a coisa pública e na demonstração que podemos fazer diferente de muitos homens, como também vamos encontrar grandes gestores públicos homens. A sensibilidade da mulher permite que se olhe com mais profundidade para questões de cunho social e isto às vezes atende melhor ao conjunto da população”, declarou.
A prefeita de Sinop, Rosana Martinelli, fala que enfrenta dificuldades por ser da região Norte, mas diz que sente orgulho pelo trabalho que desenvolve.
“Me sinto honrada e com grande responsabilidade por estar a frente de um município novo, mas com uma perspectiva enorme de crescimento e que consegui colocar entre as 30 melhores cidades para se investir no país. É com grande responsabilidade e determinação que administro o município de Sinop. Há o desafio por ser mulher, da região Norte, do interior, mas é para ser superado e tenho orgulho de trabalhar firme e forte e de provar para toda a sociedade que mulher pode e mulher faz”.
Pouca representatividade
Poucas mulheres presidem as Câmaras de Vereadores no estado. Das 141 Câmaras, apenas oito têm mulheres no comando, que corresponde a 5,6%.
Presidente da Câmara de Vereadores de São Félix do Araguaia, a 1.159 km de Cuiabá, Rita de Cássia Rodrigues Gomes (MDB) contou que nunca encontrou dificuldades no comando justamente por ter o apoio e aliança com as outras vereadoras.
Prefeitas
- Beatriz de Fátima Sueck Lemes (PMDB) – Nova Monte Verde
- Carmelinda Leal Martines Coelho (DEM) – Carlinda
- Dalva Maria de Lima Peres (PSDB) – Cocalinho
- Diane Vieira Vasconcelos Alves (PSDB) – Alto Paraguai
- Eliane Lins da Silva (PV) – Denise
- Ines Moraes Mesquita Coelho (PP) – Torixoréu
- Janailza Taveira Leite (SD) – São Félix do Araguaia
- Lucimar Sacre de Campos (DEM) – Várzea Grande
- Luzia Nunes Brandão (SD) – Ribeirão Cascalheira
- Mabel de Fátima Melanezi Almici (PT) – Castanheira
- Maria Lúcia de Oliveira Porto (PP) – Conquista do Oeste
- Mauriza augusta de oliveira (PSB) – Nova Brasilândia
- Rosana Tereza Martinelli (PR) – Sinop
- Sandra Josy Lopes de Souza (PROS) – Juruena
- Terezinha Guedes Carrara (DEM) – Nova Santa Helena
- Thelma Pimentel Figueiredo de Oliveira (PSDB) – Chapada dos Guimarães