Um novo estudo do governo federal trouxe à tona um cenário preocupante sobre a desigualdade salarial em Mato Grosso. Segundo o 2º Relatório de Transparência Salarial, divulgado pelos ministérios do Trabalho e das Mulheres, as mulheres mato-grossenses recebem, em média, 27,7% menos que os homens.
A pesquisa, que analisou dados de 840 empresas com mais de 100 funcionários no estado, revelou que a remuneração média dos homens em Mato Grosso é de R$ 3.804,90, enquanto as mulheres recebem apenas R$ 2.750,76. A disparidade salarial é ainda mais acentuada em cargos de liderança, onde a diferença chega a 38,6%.
O estudo também apontou que as mulheres negras enfrentam uma dupla discriminação no mercado de trabalho mato-grossense. Elas ganham, em média, 22% menos que as mulheres não negras. Entre os homens, a diferença entre negros e não negros é de 17,7%.
Mato Grosso em comparação com outros estados
Ao analisar os dados nacionais, o relatório revela que o Ceará é o estado com a menor desigualdade salarial entre homens e mulheres, com uma diferença de apenas 9,65%. Já o Espírito Santo apresenta a maior disparidade, com as mulheres recebendo 29,25% a menos que os homens. São Paulo, por sua vez, é o estado com o maior número de empresas participantes na pesquisa e apresenta uma desigualdade salarial de 21,62%, próxima à média nacional.
O que dizem as leis?
A Lei nº 14.611/2023, que determina a igualdade salarial para funções equivalentes, é um avanço importante na luta por mais justiça social. No entanto, os dados do relatório demonstram que ainda há muito a ser feito para garantir que mulheres e homens tenham as mesmas oportunidades e remuneração no mercado de trabalho.