Uma mulher, que não teve seu nome revelado, foi vítima de uma tentativa de estupro e ameaça de morte por um homem que se passava por um policial no aplicativo de relacionamentos ‘Tinder’. A moça conta que tomou todos os cuidados necessários quanto ao encontro, mas foi surpreendida pela situação que passou. A Delegacia de Gerência de Combate a Crimes de Alta Tecnologia (Gecat) da Polícia Jurídica Civil, fez um alerta.
A vítima explica que depois do match dado com suposto policial, chegou suas informações na página da pessoa no Facebook e descobriu ter uma amiga em comum. Por conta disso, perguntou se conhecia o policial pessoalmente e a amiga confirmou. Apesar da confirmação, o encontro só aconteceu após algumas semanas de conversa.
No dia do encontrando, os dois combinaram que ele iria buscar ela por estar sem carro. Durante o encontro, ao ser contrariado, o rapaz teve um surto com a moça, batendo em objetos e começou a xingá-la, chegando a ameaça-la deixar para trás. Por conta da situação, a vítima chorou e pediu para ir embora.
Na volta, o policial a ameaçou, dizendo ter passagem pela polícia 19 vezes, sendo que “mais um não vai mudar em nada a minha história”. A vítima explica que, ao parar o carro, pediu para que ele desse o dinheiro gasto no encontro. Ele perguntou se achava que ele estava brincando, sacando uma arma. “Quando saí do carro, fechei o olho e só andei para frente, porque na minha cabeça ia me dar um tiro nas costas”, conta.
Chegando em casa, a vítima pesquisou o nome do homem na internet e descobriu que ele se passava por policial, era agiota e havia sido preso após o encontro por porte ilegal de arma. O homem também estava envolvido em diversos casos de violência sexual, estupro, morte e esquemas de corrupção. A vítima fez boletim de ocorrência.
“Todo mundo sabe que há riscos, mas nunca imaginamos que vai acontecer. É arriscado, quantas histórias já vimos de primeiros encontros que há estupro, assalto, mas cada um tem que saber o que faz e como cuidar da própria segurança”, conta.
Alerta virtual
O delegado da Gerência de Combate a Crimes de Alta Tecnologia (Gecat) da Polícia Jurídica Civil, Eduardo Botelho, explica que é preciso ter cuidado com estes aplicativos de relacionamento como: inserir poucas informações relacionadas à vida particular, trabalho e rotina, além de falar somente o necessário, como também não associar a conta no aplicativo às redes sociais.
É preciso tomar cuidado quanto aos dados inseridos nestes aplicativos porque, segundo delegado, não há filtros suficiente que garantam com que outras pessoas não criem perfis falsos a partir de pessoas reais. Quaisquer informações de documentos de identificação, como RG, CPF e data de nascimento é possível praticar crimes como estelionato, contra a honra pedofilia e outros.
Os cuidados também devem se dar assim que conhecer a pessoa. “Pesquise o perfil dela, pesquise o nome dela no Google para saber se não tem envolvimento anterior com a prática de crimes. Quando houver um encontro físico, que seja realizado em locais com um aglomerado maior de pessoas para que isso possa inibir pessoas mal-intencionadas”, alerta.