As ocorrências com insetos agressivos apresentaram crescimento expressivo em 2025, conforme dados divulgados pelo Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT). Entre janeiro e outubro, a corporação registrou 1.256 atendimentos relacionados a abelhas, vespas e marimbondos — um aumento de 55,4% em comparação ao mesmo período de 2024.
Avanço acelerado e distribuição dos casos
Conforme apurado pela reportagem, o volume atual já supera todo o acumulado de 2024, quando o CBMMT registrou 983 ocorrências. Janeiro deste ano concentrou o maior número de chamados (178), seguido de setembro (173) e abril (143). Em nota oficial, o CBMMT reforçou que a maioria das solicitações envolve enxames formados em estruturas residenciais ou próximas à circulação de pessoas.
Entre os municípios com maior incidência em 2025, Cuiabá lidera com 404 registros, seguida de Várzea Grande (143), Rondonópolis (106), Tangará da Serra (87), Sinop (76) e Primavera do Leste (56). Em comparação ao ano anterior, a capital apresentou aumento superior a 115%.
Por que os insetos estão mais ativos
Segundo o major BM Felipe Mançano Saboia, diretor operacional adjunto do CBMMT, as abelhas são responsáveis pela maior parte das ocorrências devido à formação de novos enxames em áreas urbanas. Ele alerta que, embora muitos casos não representem risco imediato, colônias maiores podem reagir de forma agressiva se perceberem ameaça.
O professor e especialista em Apicultura da UFMT, Afonso Lodovico Sinkoc, explica que o aumento está associado ao comportamento das abelhas africanizadas, que intensificam a enxameação no início das floradas em função da maior oferta de alimento. Trata-se de um processo natural de multiplicação das colônias, favorecendo o deslocamento de enxames para áreas urbanas.
Como reduzir riscos
Medidas pessoais
- Evitar movimentos bruscos ao encontrar um enxame.
- Usar roupas protetoras ao trabalhar em áreas com risco potencial.
- Manter alimentos e bebidas cobertos em ambientes externos.
- Orientar crianças a se afastarem e avisarem um adulto ao avistar insetos agressivos.
Prevenção em residências
- Verificar vedação de portas e janelas e instalar telas, quando possível.
- Manter o ambiente limpo e sem resíduos que atraiam insetos.
- Reparar rachaduras e frestas utilizadas para instalação de colônias.
- Evitar água parada, que favorece a presença de insetos.
O que fazer em caso de picadas
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), a gravidade varia conforme a quantidade de veneno injetada e a sensibilidade individual. Em poucas picadas, recomenda-se lavar a área com água e sabão, aplicar compressas frias e retirar ferrões de forma cuidadosa.
Em casos de múltiplas picadas ou sinais de reação grave — como dificuldade para respirar, inchaço na garganta ou tontura — a orientação é procurar atendimento médico imediatamente. O choque anafilático configura emergência e exige intervenção rápida.
Atuação profissional
Para remoção segura de enxames, o Corpo de Bombeiros deve ser acionado pelo número 193. Em situações específicas, apicultores capacitados também podem auxiliar, desde que a operação seja conduzida de forma técnica e em locais apropriados. Segundo o CBMMT, tentar lidar sozinho com insetos agressivos representa risco elevado.
Reportagem baseada em dados oficiais do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT) e da Secretaria de Estado de Saúde (SES), disponíveis em documentos institucionais.
Informações essenciais
- Maior alta proporcional ocorreu em cidades de grande porte.
- Abelhas africanizadas são as principais responsáveis pela expansão dos enxames.
- Acionamento ao 193 é a forma mais segura de remoção.
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