A nova mortandade de peixes no Rio Teles Pires, próxima à Usina Hidrelétrica de Sinop, reacende o debate sobre os impactos ambientais causados pela construção e operação de grandes hidrelétricas e a efetividade das medidas de controle e fiscalização.
A situação atual não é isolada. Em 2019 e 2020, a mesma usina foi autuada em milhões de reais por eventos semelhantes, evidenciando um padrão de problemas que não foram devidamente sanados. A repetição dos casos levanta questionamentos sobre a eficácia das medidas adotadas pela empresa e pelos órgãos ambientais para mitigar os impactos da hidrelétrica sobre o ecossistema local.
A Sinop Energia, por sua vez, nega qualquer relação com o ocorrido e afirma estar em conformidade com os protocolos e normas ambientais. No entanto, a falta de evidências concretas para corroborar essa afirmação, aliada ao histórico de autuações, gera desconfiança na população e nos ambientalistas.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) anunciou a abertura de uma investigação para apurar as causas da mortandade e avaliar o impacto ambiental do ocorrido. No entanto, a demora na divulgação dos resultados e a falta de ações mais contundentes por parte do órgão ambiental também geram críticas.
Os impactos da mortandade de peixes vão além do prejuízo ambiental. A pesca é uma atividade econômica importante para muitas comunidades ribeirinhas, e a perda de peixes pode afetar diretamente o sustento dessas famílias. Além disso, a qualidade da água do rio pode ser comprometida, com consequências para a saúde humana e para outros organismos aquáticos.
Possíveis causas da mortandade
Embora a Sinop Energia negue qualquer relação com o ocorrido, diversas hipóteses podem explicar a mortandade dos peixes, como:
- Alteração na qualidade da água: A operação da hidrelétrica pode causar alterações na temperatura, pH e níveis de oxigênio da água, afetando a vida aquática.
- Liberação de substâncias tóxicas: A construção e operação da hidrelétrica podem levar à liberação de substâncias tóxicas no rio, como metais pesados e produtos químicos.
- Barreiras físicas: A presença de barragens e outras estruturas da hidrelétrica pode impedir a migração dos peixes e dificultar a reprodução.