Está programada para esta sexta-feira (29) uma mobilização em prol do combate ao tráfico de pessoas no Posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), nas BR-163/364, na saída para Cuiabá. No local, a partir das 8h30, será feita a distribuição de materiais educativos sobre o tema para os usuários da rodovia.
A ação programada para esta sexta, no posto da PRF, na saída para Cuiabá, é alusiva ao Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, celebrado no sábado (30). É promovida pela Prefeitura de Rondonópolis, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com PRF, Conselho Tutelar e o Comitê Estadual de Enfrentamento do Tráfico de Pessoas.
A mobilização para o enfretamento a esse tipo de prática tem o objetivo de informar e sensibilizar a população, para ficar mais atenta em relação a esse crime silencioso e que envolve situações como o trabalho análogo ao de escravo, adoção ilegal, remoção de órgãos e exploração sexual.
“Fazemos esta ação na estrada porque é pelas rodovias que a maiorias das pessoas traficadas são transportadas. Então, vamos abordar os veículos com conversa sobre o tráfico de pessoas e entrega de panfletos”, pontua a técnica do Programa de Combate às Violências do Departamento de Ações Programáticas da SMS, Edna.
Ela ressalta que a campanha abre esse debate para mostrar ao público os indícios de quando alguém foi traficado ou está sendo explorado, “já que, muitas vezes, esse crime acontece perto de nós e não conseguimos identificar. E, consequentemente, não temos como denunciar. Por isso, precisamos desse conhecimento e vamos informar a população sobre esse assunto”, ressalta Edna Rodrigues de Oliveira Soares.
Entre os sinais de que uma pessoa está sendo induzida a consentir seu deslocamento para outro local sem perceber que está sendo alvo de um ardil ou já caiu no embuste estão a exigência de entregar passaporte de viagem ou documentos na mão de terceiros e a omissão sobre o endereço onde deve se alojar, seja de casa ou do trabalho. Outro aspecto a desconfiar quando o indivíduo já foi enviado a outra cidade é o fato de nunca dar notícias ou falar pouco com seus familiares ou amigos.
“É um crime de difícil identificação, pois as atitudes do aliciador são dissimuladas. Para perceber que há algo estranho e poder fazer a denúncia, devemos observar o que acontece ao nosso redor, como o tempo de trabalho da pessoa ou se ela está em um ambiente e nunca vai a outros locais como igreja, praça, etc. e não consegue ter uma rede de relacionamento”, orienta a técnica.
Edna ainda acentua que, entre os alvos mais suscetíveis estão crianças, migrantes, pessoas sem emprego e mulheres: “A sedução para atrair a vítima se dá sempre em cima de uma mentira, como o trabalho de modelo, de jogador de futebol ou qualquer outro que lhe dê uma renda difícil dela conseguir onde vive. Então, o aliciador mexe com os sonhos daquele que busca envolver, principalmente de quem está em situação de vulnerabilidade social”.
COMO DENUNCIAR
Ao desconfiar de que alguém está envolvido nesse tipo de situação é preciso denunciar, ligando para o 190 da PM ou para o 191 da PRF. Existe também o disque 100 do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e, em casos de mulheres vítimas de violência, há ainda, o 180 da Central de Atendimento da Secretaria Nacional de Política para Mulheres.
DICAS DE PREVENÇÃO
Deixe endereço, telefone e/ou localização da cidade para onde está viajando.
Dê notícias a parentes e amigos de forma periódica.
Antes de aceitar qualquer proposta, pesquise sobre o contratante.
Duvide sempre de propostas de emprego fácil e lucrativo.
Jamais vá ao encontro de estranhos sozinho/a e, principalmente, cuide-se.