Diante da gravidade da situação, o Ministério Público Federal (MPF) em Mato Grosso tomou medidas drásticas para conter os incêndios que estão devastando as terras indígenas no estado. Em ofícios urgentes, o MPF cobrou de diversos órgãos públicos, como o Ministério dos Povos Indígenas, o Ibama, a Funai e o Ciman/MT, ações imediatas para combater as chamas e proteger os povos indígenas e seus territórios.
A Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt) denunciou que as queimadas estão causando danos irreparáveis às comunidades indígenas, atingindo casas, roçados, nascentes de rios e lagos, além de ameaçar a fauna e a flora local. A falta de água potável e a destruição dos meios de subsistência dos indígenas estão colocando em risco sua saúde e sua cultura.
As terras indígenas mais atingidas pelos incêndios são: Perigara, São Marcos, Sangradouro/Volta Grande, Areões, Parabubure, Ubawawe, Marechal Rondon, Pimental Barbosa, Tapirapé/Karajá, Kayabi, Kawahiva do Rio Pardo, Piripkura; Arara do Rio Branco, Aripuanã, Nambikwara, Vale do Guaporé, Utiariti, Merure, Bahia dos Guató, Portal do Encantado, Sararé e Umutina.
O procurador da República Ricardo Pael Ardenghi exige que os órgãos públicos apresentem, em até cinco dias, um plano de ação detalhado para combater os incêndios e proteger os povos indígenas. As medidas devem incluir o envio de equipes para o combate às chamas, a criação de brigadas indígenas, a investigação das causas dos incêndios e a responsabilização dos culpados.