O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) interpôs um recurso junto ao Tribunal de Justiça buscando reverter a decisão que concedeu liberdade ao líder religioso de 64 anos, investigado por supostamente utilizar um chá indígena para sedar mulheres e praticar abusos sexuais contra elas, em Lucas do Rio Verde, distante 360 km de Cuiabá. O indivíduo foi solto na última sexta-feira (26).
Segundo o promotor de Justiça Saulo Pires de Andrade Martins, a soltura do religioso representa uma ameaça para as vítimas, uma vez que ele poderia buscar retaliação contra elas ou constrangê-las por meio de contatos telefônicos ou em redes sociais, dada a sua influência na região. A medida de reestabelecimento da prisão busca, portanto, “garantir a segurança coletiva, a manutenção da ordem pública e assegurar a futura aplicação da lei penal”.
Três vítimas já denunciaram o líder, sendo uma em Lucas do Rio Verde, outra em Sinop e uma terceira em Alta Floresta. De acordo com a delegada responsável pelo caso, Ana Caroline Lacerda, o suspeito se aproveitava da posição privilegiada que ocupava dentro do centro religioso para cometer os crimes durante os rituais. Ele teria prestado assistência espiritual nas outras duas cidades mencionadas.