O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) encaminhou à Justiça uma denúncia contra 22 profissionais de saúde, entre médicos e enfermeiros, acusados de envolvimento em uma organização criminosa e desvio de dinheiro público. A denúncia é resultado das investigações conduzidas pela Operação Espelho, que contou com a atuação conjunta das Polícias Civil e Federal.
Os denunciados são suspeitos de desviar recursos públicos destinados ao combate da Covid-19, através de empresas prestadoras de serviços na área da saúde que mantinham contratos com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT). Segundo as investigações, essas empresas, em sua maioria, faziam parte de um cartel dedicado a fraudar licitações e contratos de prestação de serviços médicos, principalmente em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) em todo o estado.
A Operação Espelho, deflagrada em 2021, apurou desvios aproximados de R$ 35 milhões dos cofres públicos destinados a serviços de saúde que, segundo a denúncia, não foram integralmente prestados ou foram executados de maneira incompleta.
Além das acusações criminais, o MPMT pleiteia a reparação dos danos causados, que totalizam R$ 229.752,50, relacionados aos desvios identificados no Hospital Metropolitano, localizado em Várzea Grande.
O MPMT reforça o compromisso com a integridade e a legalidade na aplicação dos recursos públicos, destacando a importância de coibir práticas criminosas que comprometem a efetividade dos serviços de saúde, especialmente em períodos críticos como o enfrentamento da pandemia.
O desdobramento das investigações revelou a participação da empresa contratada no mencionado cartel, evidenciando a necessidade de combate contínuo às fraudes em licitações e contratos na área da saúde em todo o estado. O processo seguirá para apreciação da Justiça, que avaliará as denúncias apresentadas pelo Ministério Público.