O secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, Cesar Miranda, afirmou que o Governo do Estado vem acompanhando atentamente o desenrolar da crise na Bolívia, que culminou, neste domingo (09), na renúncia do presidente Evo Morales. O secretário disse crer, ainda, que o fornecimento do gás boliviano para Mato Grosso não será afetado pelas tensões no país vizinho. O contrato com a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), empresa petrolífera boliviana, foi assinado no final do mês passado.
“Nós temos um contrato firme de fornecimento, dentro das normas internacionais e, independente de quem for o mandatário do país, os contratos têm que ser cumpridos, obedecidos. Nós estamos acompanhando atentamente todas as noticias referentes à Bolívia, a essas mudanças na administração, mas acredito que não vamos ter nenhum tipo de paralisação no fornecimento de gás, até porque a YPFB boliviana não tem contrato só com o Governo de Mato Grosso e com a MT Gás, eles têm contrato também com a Petrobrás, com Governo argentino e outros. Cláusulas internacionais regem esses contratos e eu acredito firmemente que eles serão cumpridos”, defendeu Miranda.
Em maio deste ano o governador Mauro Mendes (DEM) esteve na Bolívia para dar início às tratativas da comercialização do gás e do fornecimento de ureia – fertilizante usado nas plantações de soja, de cana de açúcar e que também serve para alimentar o gado. Durante encontro com o presidente Evo Morales, o chefe do Executivo assinou um termo de desenvolvimento de mercado com o Governo boliviano.
O fornecimento do GNV boliviano a Mato Grosso havia sido interrompido no ano passado e, desde então, o duto que liga a Bolívia até Cuiabá ficou parado com 5 milhões de metros cúbicos do produto armazenados. Isto aconteceu porque a empresa proprietária do gasoduto, a Gás Ocidente Mato Grosso (GOM), não renovou o contrato de transporte. No dia 26 de setembro, Mauro Mendes e uma comitiva de deputados estaduais voltaram a Bolívia para a assinatura do contrato com a YPFB.
O Governo de Mato Grosso iniciou, ainda, tratativas no sentido de reativar a termelétrica de Cuiabá. Não há previsão de conclusão dessas negociações.