Um reeducando confessou ao delegado Caio Fernando Alvares Albuquerque, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que matou o chefe de uma facção criminosa, no dia 27 de outubro, no raio cinco da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá.
Na cela estavam ainda outros detentos. Em princípio, todos afirmaram à Polícia Civil que o feche da facção havia cometido suicídio.
Porém, segundo o delegado, ao encontrarem o corpo dentro da cela, os policiais identificaram sinais de que tratava-se de homicídio.
O delegado diz que o exame de necrópsia confirmou que o homem foi assassinado por estrangulamento.
O advogado do suspeito procurou o delegado para dizer que seu cliente queria ser ouvido novamente.
O delegado contou que foi até a PCE e o homem afirmou a ele que agiu sozinho ao cometer o crime. Questionado sobre a motivação, afirmou que depois da audiência na 7ª Vara Criminal descobriu que a vítima estaria entregando os crimes cometidos por ele e seus comparsas.
“Ele disse que foi tirar satisfação, mas a vítima não quis dar conversa e ele se sentiu ameaçado. O suspeito disse que a outro detento estava observando ele durante a noite. Ao perceber que os demais reeducandos estavam dormindo, ele fez uma trança com um lençol e o estrangulou”, afirmou o delegado.
A cena do crime, porém, não condiz com o que foi declarado pelo reeducando, já que policiais encontraram marcas de que havia tido luta corporal envolvendo outros presos da mesma cela.
O inquérito foi aberto por homicídio qualificado, fraude processual e organização criminosa e as investigações continuam.
O criminoso morto havia sido ouvido no Fórum de Cuiabá três dias antes de ser encontrado morto na PCE. Ele era chefe de uma facção criminosa.
Ele seria interrogado novamente pela juíza em outra audiência. O homem foi alvo da operação ‘Assepsia’ em junho deste ano depois que um freezer ‘recheado’ com celulares foi enviado para a PCE.
A audiência era sobre essa operação, que também prendeu dois diretores da PCE e três policiais militares da Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam). Todos respondem a processos na justiça sobre o episódio na unidade prisional.