Os médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) paralisaram as atividades na noite dessa quinta-feira (11) por falta de salários. Os atendimentos são feitos por enfermeiros e motoristas.
Os pacientes são levados para o Pronto Socorro de Várzea Grande ou para o Pronto Socorro de Cuiabá, mas o risco é que, dependendo do estado de saúde, o paciente não recebe atendimento imediato ou a caminho do hospital.
Um médico que pediu para não ter o nome divulgado disse que os profissionais estão com seis salários atrasados. Segundo ele, mais de 60 médicos que atendem na Grande Cuiabá resolveram parar porque não suportam mais trabalhar sem receber.
Eles são contratados por uma empresa terceirizada, contratada pela Secretaria Estadual de Saúde. “Nesse período que estamos sem receber, a empresa custeou dois meses de salário do próprio bolso, mas ao todo são seis meses de atrasos de salário”, afirmou.
De acordo com o médico, a situação se tornou insustentável. “O movimento foi algo espontâneo, porque todos os médicos ficaram bastante revoltados e suspenderam os plantões”, disse.
Durou menos de 24 horas o contrato entre o governo do Estado e a empresa escolhida para gerir os serviços do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em Mato Grosso. A rescisão unilateral foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) que circula nesta sexta-feira (11). Na publicação, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirma a rescisão unilateral do contrato com a empresa contratada na última quinta-feira (10).
A validade do contrato era de seis meses, no valor de R$ 2,8 milhões, valor inferior ao estabelecido no contrato anterior.
Entre os motivos apontados está a inexecução total ou parcial do contrato e atraso injustificado no início do serviço.
O caso
A polêmica em torno do Samu começou na última terça-feira (08), quando os médicos enviaram à imprensa uma carta onde relatam condições indignas de trabalho e ameaçavam demissão em massa por conta de seis meses no atraso de salários. Eles pontuaram também sobre a falta de medicações básicas, falta de luvas, macas, ambulâncias – que por vezes não estão funcionando e até mesmo a falta de local apropriado para manter as medicações.Na tarde do mesmo dia, o secretário informou que todos os serviços estariam mantidos e prometeu ainda uma solução imediata.
O secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, explicou que a contratação emergencial ocorreu para garantir a manutenção dos serviços prestados pelo Samu no Estado. Isso porque a antiga gestão da secretaria deixou de efetuar os pagamentos para a empresa que até então realizava o atendimento móvel de urgência. Consequentemente, a empresa também não remunerou os cerca de 60 médicos contratados, que estão há seis meses sem receber.