O médico Gildo Dimas Faria, de 50 anos, recebeu alta após 23 dias internado num leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital São Mateus, em Cuiabá, lutando contra a covid-19. Mas os efeitos da doença ainda exigem muitos cuidados e tratamento. Além da preocupação com a saúde, o médico que atua na rede pública de saúde de Cuiabá e de Rondonópolis ainda tem outra situação para enfrentar, que é a dívida de R$ 180 mil com o hospital particular. Incentivado por amigos, ele fará uma rifa de um Iphone 10.
Já são 15 dias fora do hospital, se recuperando na casa da mãe. Mas Faria ainda precisa usar oxigênio. Com 21 quilos a menos, fôlego curto, o médico relata que teve 75% dos pulmões comprometidos, sendo que o pulmão esquerdo teve as maiores consequências. “Não sei como escapei. Foram muitas orações”.
Na UTI, não chegou a ser intubado. Usou a máscara de mergulho adaptada para pacientes com covid-19 e afirma que foi ela quem “abriu” seu pulmão.
Trabalhando aos finais de semana na Unidade de Pronto Atendimento do Pascoal Ramos, em Cuiabá, e durante a semana no Hospital Regional de Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá), Gildo Faria estava na linha de frente no combate à covid. Ele acredita que foi contaminado no Hospital Regional.
Conta que os primeiros sintomas foram dores nas costas e de cabeça e calafrios. Começou um tratamento por conta própria e, segundo ele, acabou mascarando a doença. As dores sumiram, mas os calafrios continuaram. “Medo de parar de trabalhar. Como dizem, em casa de ferreiro espeto é de pau”.
Quando a saturação (oxigênio no sangue) começou a cair, a preocupação aumentou e Gildo procurou a UPA do Verdão, exclusiva para pacientes com covid-19. Ficou dois dias internado na unidade, mas a saturação chegou a 74% – o normal é de 95 a 97%. “Eu errei com medo de procurar (ajuda)”.
Com amigos médicos no São Mateus, foi transferido para lá, mas sem plano de saúde. O custo é particular. Para complicar ainda mais a situação, Gildo Faria está recebendo pelo INSS apenas pelo trabalho na UPA de Cuiabá, pois em Rondonópolis era médico plantonista e não teve ajuda após se afastar para tratamento.
As primeiras vitórias ele já teve. Voltou a andar e ir ao banheiro. Continua com as sessões de fisioterapia para recuperar os movimentos e ajudar o pulmão.
Quanto à rifa, que começa a ser vendida por R$ 20 nesta quarta-feira (02), o médico agradece, pois afirma que já tem dado resultado. O sorteio será no dia 13 de dezembro.
Para comprar a rifa, entrar em contato com o médico pelo telefone: 99948-1347
Veja vídeo do processo de recuperação