Mato Grosso sedia evento inédito de identificação de árvores da Amazônia

Fonte: CENÁRIOMT

Mato Grosso sedia evento inédito de identificação de árvores da Amazônia
Mato Grosso sedia evento de identificação de árvores da Amazônia

Evento inédito de identificação de árvores da Amazônia será realizado em Mato Grosso nos dias 19 a 21 de setembro. Organizado pelo Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) e Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) em parceria com a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), o 1º Encontro de Identificadores de Árvores em Mato Grosso oportuniza o intercâmbio de experiências, aprendizados e conexões para aprimorar a gestão das florestas.

Durante o encontro, no Auditório do Museu Natural de Alta Floresta, no município de Alta Floresta, localizado a 806 quilômetros ao norte de Cuiabá, engenheiros florestais e demais profissionais poderão abordar entraves e debater soluções para a identificação das árvores nativas do bioma amazônico. Também será criado um banco de dados com cadastros de identificadores e promovido o torneio “Desafios dos Identificadores” para testar as habilidades dos participantes no reconhecimento das espécies arbóreas, incluindo premiações.

Para o presidente do Cipem, Ednei Blasius é importante o envolvimento de todos os profissionais da área para desenvolver ainda mais a coleta botânica e de madeira, além de conhecer as práticas essenciais para o aprimoramento dos inventários florestais em Mato Grosso.

“Participando, você estará contribuindo para o fortalecimento da rede de identificadores de árvores, ajudando a promover práticas florestais mais sustentáveis e eficientes em todo o Estado”, reforça.

Estabelecido na Amazônia há mais de 50 anos, o manejo florestal permite produzir e fornecer madeira para os mercados nacional e internacional de maneira sustentável, garantindo o equilíbrio e conservação das matas e da biodiversidade. Persistem, contudo, práticas equivocadas de reconhecimento de espécies arbóreas, que continuam sendo nomeadas por nomes vulgares, aos quais são associados nomes científicos de maneira imprecisa.

Erros também podem ser observados nas listas de nomes científicos, que frequentemente incluem árvores que não existem no bioma amazônico e até nomes de outras espécies, como arbustos e ervas, associados à volumes de madeira, explica o presidente do Cipem. “Este problema tem sido relativizado devido ao baixo número de profissionais capacitados no reconhecimento das espécies, bem como pela ausência de protocolos e regulamentações que permitam melhorar ou eliminar tais falhas”, afirma Blasius.

Em 2023 o Cipem iniciou o projeto “Espécies Arbóreas Mais Comercializadas do Estado de Mato Grosso”, visando a aplicação de nomes vulgares às árvores comerciais, orientando a correta atribuição de nomes científicos com base no reconhecimento das características morfológicas das espécies. A ação tem sido executada pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) juntamente com a Universidade do Estado de Mato (Unemat).

Como parte do projeto, foi realizado em maio deste ano o 1º Curso de Identificação Botânica e de Anatomia da Madeira em uma área de manejo florestal localizada no município de Nova Monte Verde, no extremo norte do Estado. Ao todo, 20 profissionais que trabalham com reconhecimento de espécies arbóreas participaram do evento. A partir deste curso, foi possível identificar a necessidade de continuar com a capacitação profissional para garantir a melhoria na identificação das espécies.

Aperfeiçoar a identificação botânica é fundamental para evitar divergências e equívocos em relação às espécies, gêneros e biomas de origem, garantindo segurança nas operações de colheita e comercialização da madeira nativa. O reconhecimento incorreto de espécies arbóreas, por sua vez, compromete a produção, transporte e comércio de madeira, resultando até mesmo em apreensão de carga, mesmo sendo provenientes de áreas de manejo florestal sustentável, aprovadas pelo órgão ambiental responsável.

Jornalista apaixonada por astrologia, bem-estar animal e gastronomia. Atualmente, atuo como redatora no portal CenárioMT, onde me dedico a informar sobre os principais acontecimentos de Mato Grosso. Tenho experiência em rádio e sou entusiasta por tudo que envolve comunicação e cultura.