A implementação da logística reversa em Mato Grosso tem alcançado índices satisfatórios e servido de exemplo para aplicação em outros estados. A avaliação é do consultor da ONU para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), o professor e advogadoespecialista em Direito dos Resíduos, Direito Ambiental e ESG/ASG, Fabricio Soler, ressaltada durante o 2º Seminário de Logística Reversa, realizado no dia 17 de junho, em Cuiabá.
O evento foi promovido pelo Sistema Fiemt (Sistema Federação das Indústrias de Mato Grosso) e pelo Sindicato das Indústrias de Reciclagem de Mato Grosso (Sindirecicle MT) e reuniu especialistas para debater os avanços e desafios do setor em Mato Grosso quanto ao cumprimento da legislação.
Segundo Soler, o estado está no caminho para tentar atingir uma excelência nesse cenário da logística reversa. A obrigação de implementar a logística reversa é de 2010 da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Para o uso de embalagens, foi regulamentada por um acordo setorial em 2015 e desde então vem sendo implementado gradual e progressivamente. Nos últimos três anos, o setor tem crescido porque os estados estão regulamentando. Mato Grosso é um exemplo disso”, pontuo o especialista.
O presidente do Sindirecicle, Rodrigo Crosara, ressaltou que o objetivo do evento é ampliar as discussões sobre o assunto, unindo os principais atores da operação do Sistema de Logística Reversa. “É uma regulamentação nova e encontros como esse visam informar como aplicar o processo e explicar quais são as penalidades que serão aplicadas caso não seja implantado o sistema de logística reversa dentro das empresas”.
Durante o evento, o promotor de Justiça do Ministério Público, Carlos Eduardo Silva, apresentou a regulamentação e o resultado preliminar de acordo com a Central de Custódia. “Mato Grosso recuperou 3,62 de massa de embalagem, sendo a maior representatividade do Centro-Oeste. Foram recuperadas 25.962 toneladas de embalagens pós consumo. Desse total, 59,5% da massa recuperada foi realizada por empresas atacadistas de materiais recicláveis, 40,5% por associações e cooperativas. Do material recuperado, 60,3% foram destinados para a indústria recicladora e 39,7% para o comércio atacadista”, destacou.
A especialista em sustentabilidade, Crislainny Guimaraes, abordou o tema do cumprimento da logística reversa por meio de créditos de reciclagem, um mecanismo que incentiva o aumento da reciclagem no Brasil. Por fim,o especialista em negócios e sustentabilidade, Cicero Mariano, apresentou uma visão inovadora. O conceito de “Capitalismo Consciente” destaca a importância da responsabilidade social e ambiental para o sucesso das empresas.
Case de Sucesso
Com práticas de sustentabilidade aplicadas desde o surgimento da empresa, a indústria mato-grossense Refrigerantes Marajá foi apresentada como case de sucesso durante o 2º Seminário de Logística Reversa. A empresária Ulana Bruehmueller, apresentou as ações de ESG que fizeram diferença para o crescimento da empresa, cuja Política de Responsabilidade Socioambiental está embasada em adotar práticas para a conservação do meio ambiente, gerenciamento dos resíduos gerados pela indústria, desenvolver ações sociais para benefício da sociedade, entre outras.