Morreu nesta quinta-feira (18) um indígena, de 43 anos, da etnia Xavante, em Barra do Garças, a 503 km de Cuiabá, após ser diagnosticado com Covid-19. Ele estava internado desde o dia 10 de junho e apresentava o quadro de obesidade como comorbidade, conforme informações da Secretaria Municipal de Saúde. Ele não teve a identidade divulgada.
Esse é o quarto indígena que morre em Mato Grosso em decorrência da doença.
A primeira morte de indígena por Covid-19 no estado foi a de um bebê de oito meses no município de Alto Boa Vista no dia 10 de maio. Ele vivia na aldeia Marawãitsédé.
O bebê não tinha qualquer comorbidade que pudesse potencializar a doença. A Secretaria Municipal de Saúde e a Fundação Nacional de Saúde Indígena (Funai) vão fazer uma reunião nesta quarta-feira para decidir como mapear ocorrências na região.
A segunda morte também foi a de um bebê de apenas 45 dias. Ele havia sido transferido no dia 11 de junho de Água Boa para tratamento no antigo Pronto-Socorro de Cuiabá. Salu Kalapalo foi transportado em uma UTI aérea, acompanhado da mãe, de um médico e um enfermeiro.
A morte dele já foi notificada e consta no boletim da Secretaria de Saúde do dia 14 de junho.
O bebê testou positivo para a Covid-19 e estava internado no Hospital Regional de Água Boa, que não tem UTI pediátrica.
Outras pessoas da família do bebê já tiveram Covid-19, entre elas o avô, o cacique da aldeia Sapezal e o filho dele.
A Aldeia Sapezal fica no extremo leste do Parque Nacional do Xingu.
No dia 14 de junho morreu a líder indígena da aldeia Guadalupe, Pascoalina Retari, com diagnóstico de coronavírus (Covid-19) em Barra do Garças. Pascoalina era da Terra Indígena Xavante São Marcos, que fica a 130 km de Barra do Garças.
Com a morte dela, a Defensoria Pública de Mato Grosso notificou o prefeito de Barra do Garças, Roberto Ângelo de Farias, a editar novo decreto municipal para fechar serviços não essenciais como bares, restaurantes e comércios que possibilitem aglomerações.