Constantemente criticada pelo governador Mauro Mendes (DEM), a previdência de todos os Poderes do Estado pode alcançar um déficit de R$ 57 bilhões, conforme aponta o relatório realizado pela consultoria atuarial Exacttus. O déficit atuarial é a contabilidade realizada para estimar o saldo devedor da previdência. Segundo o secretário de Fazenda, Rogério Gallo, o valor é o que o Executivo precisa arrecadar nos próximos 35 anos para custear os benefícios.
“Devemos fechar este ano com um déficit de R$ 1,250 bilhão, acima do que foi ano passado de R$ 1,150 bilhão. O déficit financeiro é crescente, porque a massa de aposentados ela aumenta anualmente. Temos que discutir este tema e encontrar alternativas, seja pela previdência complementar, que deve vir um projeto de lei para esta Casa para os futuros servidores públicos do Estado, mas também um aporte de patrimônio de ativos para que a gente reduza o déficit atuarial, que é quanto o Estado tem que arrecadar de contribuição previdenciária nos próximos 35 anos para arcar com a massa de aposentados. Nosso déficit atuarial está hoje na casa de R$ 57 bilhões e é feito por uma auditoria independente que está revisitando esses números”, disse o secretário, durante apresentação do balanço das finanças do Estado, na Assembleia Legislativa.
O estudo, aprovado pelo Conselho de Previdência do Estado de Mato Grosso, foi realizado em 2018, com base nos dados de 2017, e é atualizado ano a ano. O relatório quantifica quanto o estado deve ter em caixa para pagar as aposentarias de todos os servidores públicos. A intenção é subsidiar gestores com informações para a tomada de decisão sobre como equacionar este déficit no futuro, de forma planejada.
“Precisamos de fato encontrar ativos para fazer gestão, gerar receita e permitir no futuro o pagamento das aposentadorias e pensões”, considerou o secretário.
Fortemente aguardada por Mauro Mendes, a Reforma da Previdência tramita com dificuldades na Câmara dos Deputados. Embora seja praticamente consenso entre os parlamentares, a matéria esbarra nos problemas de diálogo entre o Congresso e o Governo Federal. Para o governador de Mato Grosso, se o texto não for aprovado, o país poderá enfrentar “colapso econômico”.