Um Panorama da violência em Mato Grosso
De acordo com dados de 2022 do Instituto Sou da Paz, Mato Grosso apresenta a maior taxa de homicídios por arma de fogo no Centro-Oeste, atingindo 34,9 mortes a cada 100 mil homens. A situação é ainda mais alarmante entre homens negros, com uma taxa de 39,9, muito superior à de 24,4 registrada entre os demais grupos.
Surpreendentemente, a taxa de homicídios no interior do estado é o dobro da observada na capital, Cuiabá. Esse fenômeno está relacionado à intensificação das disputas no interior e à estabilização de conflitos entre organizações criminosas na capital, especialmente após 2016.
Fatores que contribuem para a violência
A reestruturação de grupos criminosos em Cuiabá reduziu as rivalidades armadas na capital, resultando em uma diminuição das taxas de homicídio. No entanto, o interior do estado enfrenta uma realidade diferente. Nos últimos três anos, a violência em áreas rurais aumentou, muitas vezes impulsionada por conflitos ligados ao tráfico de drogas e à falta de recursos de segurança pública.
Comparativo regional e nacional
No contexto nacional, o Nordeste lidera em homicídios por arma de fogo, com 57,9 mortes a cada 100 mil homens, seguido pelo Norte, com 48,9. O Centro-Oeste ocupa a terceira posição, com 26,6, sendo Mato Grosso o estado mais crítico da região.
Embora o estado tenha destaque no Centro-Oeste, sua contribuição para o total nacional de homicídios é moderada, evidenciando a disparidade nas taxas de violência entre regiões brasileiras.
Caminhos para reduzir a violência
A experiência de Cuiabá demonstra que a redução da violência armada é possível com políticas eficazes. Medidas como o fortalecimento do controle sobre o tráfico de drogas, operações policiais estratégicas e programas sociais focados em jovens e comunidades vulneráveis são essenciais para combater a violência.
Investir em educação, oportunidades econômicas e iniciativas que promovam a igualdade racial também é fundamental para diminuir as disparidades nas taxas de homicídios entre diferentes grupos sociais.
A realidade de Mato Grosso destaca a necessidade de esforços integrados para enfrentar os desafios da violência armada. Um trabalho conjunto entre governo, sociedade civil e setores privados será essencial para transformar o cenário atual, promover segurança e reduzir as desigualdades sociais que perpetuam o ciclo de violência no estado.