O agronegócio mato-grossense, um dos pilares da economia brasileira, passa por um momento de instabilidade. De acordo com o Monitor RGF de Recuperação Judicial, o estado registrou o maior número de pedidos de recuperação judicial no setor agropecuário no segundo trimestre de 2024.
Com 42 pedidos, Mato Grosso superou estados como Rio Grande do Sul, que sofreu com um desastre climático, e Goiás. A soja e a bovinocultura foram os setores mais atingidos, representando 29 e 10 dos pedidos, respectivamente.
A alta nos pedidos de recuperação judicial no setor agropecuário reflete um cenário desafiador para os produtores. A combinação de fatores como:
- Desastres naturais: Eventos climáticos extremos, como as fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul, causam perdas significativas nas lavouras e na infraestrutura.
- Queda nos preços das commodities: A instabilidade nos mercados internacionais e a redução da demanda por produtos agrícolas pressionam as margens dos produtores.
- Aumento dos custos de produção: A alta nos preços de insumos como fertilizantes e defensivos agrícolas compromete a rentabilidade das atividades agrícolas.
- Dívida elevada: Muitos produtores estão endividados, o que dificulta a renegociação de dívidas e a obtenção de novos financiamentos.
A recuperação judicial é uma ferramenta legal que permite às empresas em dificuldades financeiras renegociarem suas dívidas e continuar operando. No entanto, ela também sinaliza um momento de crise e incerteza no setor.
É importante destacar que o número de empresas em recuperação judicial no Brasil como um todo continua aumentando, embora em ritmo mais lento. Isso indica que a crise no setor agropecuário não é um fenômeno isolado e que outros setores da economia também estão sendo afetados.
