Com crescimento acumulado de 40% no número de empresas moveleiras entre 2020 e 2025, Mato Grosso se consolida como uma das regiões mais promissoras do país na produção de móveis. Para estruturar essa expansão e transformar capacidade produtiva em protagonismo nacional e internacional, o Sebrae/MT e a Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) firmaram um convênio que promete mudar o patamar da cadeia moveleira do estado.
A ação foi formalizada nesta terça-feira (09), na sede do Sebrae/MT, com a presença de empresários do setor, gestores nacionais, representantes estaduais e lideranças industriais — entre elas o presidente da Fiemt, Silvio Rangel, e dirigentes do Sindimóvel.
Potencial florestal coloca MT no radar nacional da indústria de móveis
Em entrevista, Renata Cândida, gestora nacional do Sebrae para o setor moveleiro, explicou por que Mato Grosso foi escolhido para receber o projeto-piloto:
“Mato Grosso é estratégico não só pelo setor moveleiro, mas pela base florestal sólida. O objetivo é posicionar a indústria do estado para competir no Brasil e no exterior.”
O estado reúne hoje 9.216 empresas relacionadas ao segmento de Madeira e Móveis — 96% delas micro e pequenas empresas, que agora ganham apoio direto para expandir atuação e competitividade.
Segundo o Sebrae/MT, o novo convênio não trata apenas de promoção comercial, mas de organização estrutural dos polos:
“Queremos desenvolver madeira, móveis e design com identidade mato-grossense, respeitando a base florestal e criando reconhecimento nacional”, destacou André Schelini, diretor técnico do Sebrae/MT.
Desde 2008, o Sebrae já atua no setor por meio de Arranjos Produtivos Locais (APLs) nas regiões Norte, Sul e Vale do Teles Pires — e agora o novo programa passa a integrar essas iniciativas, elevando escala e integração entre empresas.
Dados exclusivos: avanço do setor revela mudança econômica regional
Análise do CenárioMT sobre dados históricos da Sedec, Sebrae e Jucemat revela:
- Crescimento de 527 novas empresas por ano no setor moveleiro desde 2020.
- Região Norte concentra 2.994 empresas, o maior polo do estado.
- Sudeste e Região Metropolitana registraram as maiores altas percentuais — 54,6% e 51,5%, respectivamente.
- O setor moveleiro responde por cerca de 30% da produção industrial de madeira beneficiada.
Esses indicadores mostram que o crescimento não está concentrado: o setor está se espalhando pelo estado, consolidando novos polos produtivos e ampliando capacidade de geração de renda local.
Cadeia produtiva diversificada impulsiona inovação
A composição atual do setor moveleiro de MT demonstra sua maturidade industrial:
- 30% – fabricação de móveis
- 19,7% – comércio varejista
- 14% – serragem e desdobramento de madeira
- 12,8% – montagem de móveis
- 9,8% – comércio de madeira e artefatos
- 5,4% – artefatos e peças especiais
- 4% – reparação
- 4,1% – atacadistas e nichos específicos
Essa diversidade amplia a possibilidade de especialização regional e incentiva indústrias a migrar para modelos de maior valor agregado, como design autoral, madeira sustentável certificada e automação de processos.
A Abimóvel, que possui experiência consolidada em projetos de exportação em parceria com a ApexBrasil, vê Mato Grosso como um polo emergente.
Segundo o gerente de projetos da entidade, Willian Casarim:
“O objetivo é preparar micro e pequenas empresas para competir com padrões internacionais, elevando a competitividade e abrindo portas para novos mercados.”
Para o presidente da Fiemt, Silvio Rangel, a escolha de Mato Grosso para sediar o projeto tem razões claras:
“Temos base florestal robusta e matéria-prima abundante. O estado tem potencial para elevar muito sua qualidade e protagonismo industrial.”
A análise do CenárioMT confirma que MT possui:
- Uma das maiores áreas de florestas plantadas do país.
- Alta disponibilidade de biomassa.
- Logística integrada para Norte, Sudeste e Centro-Oeste.
Esses fatores reduzem custos e ampliam a capacidade de expansão de parques fabris.
Análise exclusiva CenárioMT: impacto do projeto no futuro da indústria
Com base em dados históricos e na nova política de apoio:
1️⃣ MT pode dobrar as exportações de móveis até 2030
A entrada da Abimóvel e Apex tende a construir caminhos permanentes para comércio exterior.
2️⃣ Cadeias produtivas regionais serão reorganizadas
APLs poderão ganhar identidade própria, facilitando certificações e investimentos.
3️⃣ Pequenas empresas terão acesso a tecnologia e design
O setor é dominado por microempresas — e esse apoio tende a gerar salto de qualidade.
4️⃣ O projeto deve atrair novas indústrias
A combinação de base florestal + apoio institucional cria ambiente de expansão fabril.
Links internos sugeridos
-
Centro-Oeste terá R$ 14,6 bilhões do FCO em 2026 e MT é destaque nos financiamentos
-
Projeto BECCS em Lucas do Rio Verde recebe R$ 384 milhões do BNDES
-
Safra 2025/26: plantio da soja é concluído em Mato Grosso após 12 semanas




















