Brasil é recordista mundial em número de casos e óbitos de profissionais de saúde. Já Mato Grosso só fica atrás do Rio de Janeiro e São Paulo no registro de mortes de enfermeiros e técnicos de enfermagem da linha de frente. O Conselho Regional de Enfermagem (Coren-MT) apontou as condições precárias de trabalho, com Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) de péssima qualidade e racionados, como as razões de tanta morte na categoria.
Mesmo depois de notificar as unidades e hospitais sobre a necessidade e uso adequado dos equipamentos pelos profissionais que atuam no atendimento de suspeitos ou doentes com o novo coronavírus, os fiscais do Coren-MT continuam registrando descumprimento da parte de muitas das instituições que não oferecem condições para um trabalho seguro aos enfermeiros.
As fiscalizações do Coren tiveram início desde os primeiros registros de casos de covid em Mato Grosso, no mês de março. Desse período até agora, o Conselho recebeu 219 denúncias que foram averiguadas. Foram vistoriadas 152 unidades de saúde que resultaram em 67 notificações de irregularidades. Nem todas foram cumpridas, conforme a orientação do Conselho.
Segundo o presidente do Coren-MT, Antonio Cesar Ribeiro, como o máximo que o Conselho pode fazer é notificar, esses casos de descumprimentos geralmente são encaminhados para providências do Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público do Trabalho (MPT). Durante esta pandemia já entraram com um total de 11 ações civis públicas.