Os municípios mato-grossenses de Aripuanã e Alto Paraguai, Mato Grosso, respectivamente, foram listados entre as cinco cidades mais violentas do país devido à intensa disputa por territórios entre facções criminosas. O dado alarmante foi revelado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, por meio do estudo “Cartografias da Violência na Amazônia”, que analisou a situação em estados pertencentes à Amazônia Legal.
O levantamento aponta que mais de 20 municípios de Mato Grosso integram o ranking das cidades mais violentas da Amazônia Legal, sendo dominados pelo crime organizado em uma região estratégica para as atividades ilícitas. O estado é apontado como uma zona de entrada da droga no Brasil, devido à sua posição em uma área de fronteira.
Atualmente, pelo menos três facções criminosas atuam em Mato Grosso, com o Comando Vermelho (CV) predominando. O estudo destaca a atuação do CV na zona transfronteiriça com a Bolívia, que se estende por mais de 730 km. Municípios ao longo dessa fronteira, como Cáceres, tornam-se pontos-chave para o tráfico de drogas.
“As facções veem no controle da fronteira a alternativa para a entrada da droga na região, através das inúmeras estradas vicinais. Além de Cuiabá e municípios vizinhos, as cidades ao longo da rota rodoviária tornam-se estratégicas para o escoamento da droga para outras regiões do Brasil”, destaca o estudo.
Aripuanã e Alto Paraguai estão entre as cinco cidades mais perigosas do Brasil, apresentando taxas médias de 121,8 e 110 mortes a cada 100 mil habitantes, respectivamente. A presença do crime organizado na região é um alerta para a necessidade de ações efetivas e integradas visando a segurança e o combate ao tráfico de drogas. O estudo reforça a importância do enfrentamento desses desafios para garantir a tranquilidade e a integridade dos cidadãos dessas localidades.