Mato Grosso, apesar de apresentar uma redução de 13% no desmatamento em junho de 2024, comparado ao mesmo período do ano anterior, continua sendo um dos principais responsáveis pela destruição da Floresta Amazônica. De acordo com dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, o estado concentrou 15% da devastação total da Amazônia no mês passado.
A pesquisadora do Imazon, Larissa Amorim, destaca que, embora a Amazônia tenha registrado 14 meses consecutivos de queda no desmatamento, junho de 2024 apresentou um aumento de 10% em relação ao mesmo mês do ano anterior. “O período mais seco do ano costuma intensificar o desmatamento, mas é importante monitorar os próximos meses e manter as ações de combate”, afirma a pesquisadora.
No estado, o município de Colniza se destaca entre os mais críticos, com 10 km² de área desmatada em junho. Além disso, a Reserva Guariba-Roosevelt e o território indígena Sararé também foram impactados.
Um dado alarmante é o aumento de 383% nas áreas de floresta degradadas no estado, representando 62% do total da Amazônia. Essa situação exige atenção especial, pois a degradação compromete a capacidade de regeneração da floresta e a biodiversidade.
O governo de Mato Grosso destinou R$ 74,5 milhões para o combate a crimes ambientais, com foco em monitoramento por satélite, fiscalização e proteção da fauna. A operação “Amazônia”, coordenada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), busca intensificar as ações de combate ao desmatamento.
Os dados do Imazon revelam um cenário complexo no Mato Grosso. Por um lado, a redução do desmatamento em junho é um sinal positivo. Por outro, a liderança do estado no ranking nacional de devastação e o aumento das áreas degradadas exigem ações mais efetivas para proteger a Amazônia. A combinação de monitoramento tecnológico, fiscalização rigorosa e investimentos em políticas públicas sustentáveis é fundamental para reverter esse quadro.