Um novo estudo do Conselho Federal de Medicina (CFM) revela um cenário promissor para Mato Grosso quanto ao número de médicos, mas também aponta para desafios na distribuição desses profissionais pelo território estadual.
De acordo com a Demografia Médica 2024, divulgada nesta terça-feira (15), o Estado possui 8.807 médicos, o que representa um aumento de mais de 135% em relação a 2011. No entanto, a proporção de médicos por mil habitantes ainda é inferior à média nacional, com 2,33 profissionais para cada grupo de mil pessoas, ocupando a 10ª posição no ranking nacional.
A pesquisa destaca a desigualdade na distribuição dos médicos pelo território brasileiro. Enquanto estados como Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo apresentam uma densidade médica significativamente acima da média nacional, estados da região Norte, como Amazonas, Amapá, Pará e Maranhão, ainda enfrentam uma escassez de profissionais.
Em Mato Grosso, a capital Cuiabá concentra um número expressivo de médicos, com uma densidade de 3,09 para cada mil habitantes. No entanto, outras regiões do estado ainda carecem de profissionais da saúde, o que impacta diretamente o acesso da população aos serviços médicos.
O aumento do número de médicos no Brasil nos últimos anos é resultado da expansão do ensino médico e da crescente demanda por serviços de saúde. No entanto, o CFM alerta para a necessidade de políticas públicas mais eficazes para garantir a distribuição equitativa dos profissionais pelo território nacional.
Entre os desafios enfrentados, estão a falta de incentivos para que os médicos atuem em regiões mais remotas, a carência de infraestrutura de saúde e a necessidade de programas de formação mais adequados às necessidades específicas de cada região.
Soluções para Mato Grosso
Para reverter esse cenário, o CFM defende a implementação de políticas públicas que estimulem a migração e a fixação de médicos em áreas distantes ou de difícil provimento. Entre as medidas sugeridas, estão:
- Incentivos financeiros: Oferecer bolsas e subsídios para médicos que atuem em regiões carentes.
- Melhoria da infraestrutura: Investir em hospitais e unidades de saúde em regiões mais remotas.
- Programas de formação específicos: Desenvolver programas de residência médica e especialização voltados para as necessidades das regiões mais carentes.
- Parcerias com universidades: Estimular a criação de polos de ensino médico em regiões com menor densidade de profissionais.
O aumento do número de médicos em Mato Grosso é uma notícia positiva, mas ainda há muito a ser feito para garantir o acesso universal e equânime aos serviços de saúde.