A partir desta segunda-feira (04), a entrada do Núcleo Cível unificado da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (DPEMT), em Cuiabá, será ocupada pela 1ª Mostra Fotográfica de Vítimas de Feminicídio. Intitulada “Feminicídio: um crime contra a equidade”, a exposição visa provocar reflexão e sensibilização sobre a gravidade e as consequências desse crime. O público poderá visitar a exposição até 18 de novembro no Edifício Pantanal Business.
Composta por 12 retratos de mulheres que tiveram suas vidas brutalmente interrompidas, a mostra inclui histórias locais, representando vítimas de Cuiabá e de todo o Estado. Entre as imagens, também há um painel sobre o caso da ex-modelo Eliza Samudio, destacando a abrangência do problema e seus impactos sociais. Segundo a defensora pública e coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher (Nudem), Rosana Leite, o objetivo da exposição é mostrar que “qualquer mulher pode ser vítima de feminicídio a qualquer momento pelo fato de ser mulher”.
Rosana ressaltou a importância da prevenção e da visibilidade do tema para combater a violência. “Até a presente data em 2024, temos cerca de 40 feminicídios em Mato Grosso que retratam uma realidade bastante perversa para as mulheres por aqui. A mostra de feminicídios na sede da Defensoria tem o viés de trazer visibilidade para o tema”, afirmou. Ela reforçou o papel do Nudem na defesa das mulheres e destacou que muitos feminicídios são “delitos anunciados que podem ser evitados”.
A exposição em Cuiabá é resultado da iniciativa da Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal da Mulher, e contou com o apoio da primeira-dama da cidade, Márcia Pinheiro. “Ao trazer a Mostra para Cuiabá, fiz questão de retratar as mulheres vítimas daqui, porque representam Cuiabá e a perda dessas vidas impacta a nossa sociedade”, explicou Márcia. O projeto itinerante já passou por outros locais da cidade, incluindo shoppings, praças, a Fecomércio e o Fórum de Cuiabá.
A secretária da Mulher, Cely Almeida, sublinhou o propósito da exposição como um alerta e um convite à reflexão. “Esse projeto itinerante é um chamado urgente para a conscientização e o engajamento de todos no enfrentamento à violência de gênero. Esta exposição não apenas homenageia as mulheres, cujas vidas foram brutalmente interrompidas, mas também nos provoca a refletir sobre o papel que podemos desempenhar na construção de uma sociedade mais justa e segura para todos”, declarou Cely.
A Mostra Fotográfica começou em São Paulo, promovida pelo Instituto da Virada Feminina, e vem se expandindo para outras cidades com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância do combate ao feminicídio e da proteção dos direitos das mulheres.