Na última quinta-feira (04.04), a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) apresentou um mapeamento que aponta a presença de 19 etnias indígenas praticando atividades turísticas em seus territórios no estado de Mato Grosso. Esse levantamento foi discutido durante a reunião da Câmara Setorial Temática das Causas Indígenas da Assembleia Legislativa.
Conforme os dados apresentados, as etnias Apiaka, Aweti, Bakairi, Cinta-larga, Enawene Nawe, Haliti-Pareci, Ikpeng, Kalapalo, Kamayurá, Karajá, Kawaiwete (Kaiabi), Kuikuro, Mebengokre, Nafukua, Paresi, Wuajá (Wauará), Xavante e Yawalapiti estão envolvidas em atividades turísticas nos polos Araguaia, Cerrado, Amazônia e Pantanal.
As principais atividades turísticas dentro das aldeias incluem a pesca esportiva, ecoturismo (trilhas, cachoeiras, lagos e rios), turismo cultural (imersão nas aldeias, participação de rituais, artesanato e gastronomia), etnoturismo (vivência completa dentro de um território indígena) e birdwatching (avistamento de aves).
O secretário adjunto de Turismo, Felipe Wellaton, ressaltou os desafios enfrentados para obter a aprovação do Plano de Visitação pela Fundação Nacional do Índio (Funai), necessário para regularizar a visitação turística nas Terras Indígenas. Ele destacou que, apesar da morosidade no processo, algumas comunidades continuam recebendo turistas, mesmo sem a regularização.
Atualmente, sete aldeias localizadas nos municípios de Alta Floresta, Gaúcha do Norte, Querência, Matupá e Peixoto de Azevedo têm o plano de visitação regularizado. Outras oito aldeias possuem o plano, mas ainda não renovaram, enquanto seis aldeias aguardam a aprovação dos projetos pela Funai.
O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, enfatizou o potencial do turismo como uma alternativa econômica ao agronegócio em Mato Grosso. Ele destacou o turismo nas aldeias como uma oportunidade de gerar mais recursos e autonomia para as comunidades indígenas.
Por sua vez, o deputado estadual Carlos Avallone (PSDB), presidente da Comissão de Sustentabilidade e Territórios das Causas Indígenas (CST), anunciou planos para convidar a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, para uma visita ao estado. O objetivo é discutir questões relacionadas ao turismo indígena e promover um diálogo aberto sobre políticas voltadas para essas comunidades.
“A ministra ainda não esteve em Mato Grosso, e gostaríamos de promover um diálogo aberto sobre as questões indígenas e esclarecer alguns pontos. É crucial garantir que os povos indígenas possam evoluir de maneira compatível com suas culturas, assegurando uma melhoria em sua qualidade de vida”, afirmou Avallone.