Mais de 800 galos de rinha foram apreendidos em ação da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), peritos e policiais militares, em conjunto com outros órgãos como o Batalhão Ambiental da Polícia Militar, Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), na tarde de quinta-feira (22). A estimativa é que valor dos galos no mercado ilegal se aproxime de R$ 1 milhão.
A apreensão ocorreu durante o transcorrer da operação “Sem Saída”, realizada pela Polícia Federal para cumprimento de mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal contra membros de uma organização do tráfico de drogas, em uma propriedade no município de Santo Antônio do Leverger (34 km ao Sul).
No local, além de armas de fogo, os agentes encontraram a situação ambiental (maus tratos de galo de rinha) e acionaram os órgãos ambientais de segurança pública, Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) e o Batalhão de Proteção Ambiental da Polícia Militar.
Ontem, em uma ação que envolveu policiais civis da Dema, policiais militares, peritos e outros agentes de fiscalização, foram retirados 240 animais e nesta sexta-feira (23) mais 500 galos, todos tidos como combatentes.
O gerente do estabelecimento de criação e treinamento foi autuado por crimes de maus tratos-tratos (artigo 32 da Lei 9605/98 – ferir ou mutilar animais silvestre, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos).
O delegado Gianmarco Paccola Capoani, adjunto da Dema, esteve na propriedade e informou que na chácara existiam vários ambientes onde os animais eram procriados e treinados, selecionados de forma profissional para prática de rinha de galo.
“Encontramos também vários vestígios como esporas cortadas, cristas aparadas, muitos medicamentos e objetos próprios para treino desses animais, como proteção de bico, proteção de esporas (luvas)”, disse.
Investigações preliminares apontam que cerca de 350 galos apreendidos eram considerados de “elite” e treinados para participação em rinhas. Cada galo chegava a custar valor superior a R$ 20 mil. Os animais são considerados valiosos ao ponto de cinco deles terem se tornados troféus, por terem vencidos campeonatos e também serem reprodutores.
“Temos informes que alguns animais vieram de outros países e animais que se tornaram famosos nesse mercado são vendidos até para outros países, como Bolívia e Paraguai, onde existem atividades bastante ativa de rinha”, disse o delegado.
Ainda conforme os levantamentos, a rinha de propriedade de um dos alvos da Polícia Federal (Eudes Tarcísio de Aguiar) está entre a primeira ou segunda maior do Brasil.
“Já estávamos em processo de investigação sobre ela, mas houve a operação da Polícia Federal com a prisão do proprietário e na sequência assumimos a parte do crime ambiente”, completou o delegado.
No momento em que os galos eram doados uma entidade para o abate, uma ordem judicial do juiz plantonista do Fórum de Cuiabá determinou que fosse cessada a doação e os animais permanecessem guardados à disposição da autoridade policial.