A pandemia da Covid-19 trouxe prejuízos sociais e econômicos em todo o mundo. Para alguns setores, o cenário foi bastante adverso, com perdas incalculáveis. Um levantamento da Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape), por exemplo, indica que foram perdidos 335.435 empregos formais no setor, entretanto, esse número ultrapassa 450 mil se levar em consideração os trabalhadores indiretos.
Para a presidente do Sindicato de Eventos e Afins de Mato Grosso (Sindieventos-MT), Alcimar Moretti, o setor de eventos está sendo foi bastante sacrificado frente à saúde pública. “Os supermercados e os ônibus, a título de exemplo, vivem lotados, mas por que os eventos são os grandes vilões da contaminação do vírus? Muitas famílias dependem dessa atividade, precisam trabalhar, pois não têm de onde tirar recursos para viver”, cobra Alcimar.
Nesta semana, a diretoria do sindicato se reuniu com o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Eduardo Botelho, em busca de apoio institucional devido aos impactos negativos ao setor diante de novas imposições do governo do Estado. “Precisamos urgentemente de medidas que aliviem as consequências geradas no nosso segmento durante todos esses meses”, afirma.
O setor é composto por operadores turísticos e agências de viagem, aluguel e montagem de estruturas para eventos, bares e restaurantes, hospedagem, publicidade e propaganda, segurança privada e serviços gerais e de limpeza. Para se ter uma ideia do panorama atual, o presidente da Abrafe, Doreni Caramori Júnior, ressaltou que os empregos afetados superam em quase 80 vezes os perdidos com o fechamento das fábricas da Ford no país.
Diante das dificuldades enfrentadas, diversas entidades estão se mobilizando, como a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc), que em parceria com a União Brasileira dos Promotores Feiras (Ubrafe) e a Abrace, lançou nas mídias sociais o movimento “ATÉ QUANDO?”. A finalidade é obter a adesão de empresas da indústria de eventos, profissionais e entidades ligadas ao setor de feiras, congressos, montagens e estandes cenográficos para chamar a atenção das autoridades brasileiras em todas as esferas da administração.
PROJETO – Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que cria o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos. Entre as medidas constam a obrigação das instituições financeiras federais a disponibilizarem linhas de crédito específicas para o fomento de atividades, capital de giro e aquisição de equipamento, além de condições especiais para renegociação de débitos que eventualmente essas empresas tenham junto às instituições, mesmo se forem optantes do Simples Nacional.
A presidente do Sindieventos-MT lembra que durante o período de campanha à reeleição, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, prometeu ajudar os pequenos e médios empresários que fossem afetados pela pandemia, concedendo, em parceria com instituições financeiras cadastradas na prefeitura, empréstimos a juros zero, além de outros benefícios, como isenção de alvará e IPTU.
“O setor aguarda algum benefício tanto do poder público municipal, quanto estadual, pois não temos outra possiblidade a não ser recorrer para as autoridades competentes e implorar para podermos voltar ao trabalho”, finaliza Alcimar.