A mãe da adolescente Isabele Ramos, que foi morta supostamente por um tiro acidental disparado pela amiga em julho deste ano, irá atuar como assistente de acusação no processo judicial. Patrícia Guimarães Ramos teve o pedido aceito na última semana.
O pedido dá a oportunidade ao representante legal da vítima de fazer parte do processo como auxiliar do Ministério Público, que é o autor da ação penal.
Como assistente de acusação, Patrícia poderá atuar em qualquer fase do processo, propondo meios de prova, ou seja, solicitando perícias, acareações ou busca e apreensão. Ela também fica apta a requerer perguntas às testemunhas, depois do Ministério Público, entre outras atuações.
O processo na Justiça está em sigilo, por envolver adolescentes. Isabele Ramos, de 14 anos, foi morta por uma amiga, também de 14 anos, em um condomínio de luxo na capital, com um tiro no rosto, no dia 12 de julho.
A adolescente que atirou e matou Isabele alega que o tiro não foi intencional. Após as investigações, a Polícia Civil concluiu que a garota, que praticava tiro esportivo, pelo menos assumiu o risco de matar.
Com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) de ato infracional análogo ao crime de homicídio, a jovem foi apreendida no mês passado, por decisão da Justiça.
A internação durou menos de 12 horas. A defesa dela recorreu e conseguiu um pedido de ‘habeas corpus’, que ainda não foi julgado.
Dez dias após a internação, a garota passou por audiência de apresentação por vídeo chamada. O processo segue em fase de instrução, quando as testemunhas são ouvidas.
O pai da adolescente que atirou foi indiciado pela Delegacia Especializada em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) por quatro crimes: homicídio culposo, posse ilegal de arma, entrega de arma de fogo à adolescente e fraude processual. No entanto, ele ainda não foi denunciado à Justiça pelo MPE.