O Coronel Francisco Lucas de Barros esteve extremamente associado ao governo estadual durante toda a sua vida de comerciante, especialmente nos anos de 1912 e 1913, quando ele recebeu a patente de coronel e atingiu seu auge de exportador de borracha. Sua influência era invejável no meio político.
Todos os grandes coronéis da época não viviam apenas de uma única atividade econômica, mas participavam de grandes negócios com o governo. O Coronel Arthur de Campos Borges, de Rosário Oeste, por exemplo, tinha contrato com o Governo do Estado para realizar aberturas de estradas e construção de pontes em todo o Mato Grosso. A estrada de Cuiabá a Rosário Oeste foi ele quem construiu e inaugurou em um memorável evento, ao mesmo instante em que explorava intensamente a borracha no norte do estado.
Assim, Francisco Lucas tinha seus benefícios junto ao governo estadual. Ele era um dos fornecedores oficiais de material de hidráulica e de construção para a realização de serviços pelo poder público, em Cuiabá.
Percebamos que os valores negociados com o Governo do Estado eram vultosos. Em 1912, 1 conto de réis equivalia a 1 kg de ouro nos valores atuais e Francisco Lucas recebeu nessa nota mais de 1 conto e 400 mil réis. Existem registros de inúmeros pagamentos em valores mais altos, feitos pelo Estado ao coronel.
Entre os anos de 1910 e 1913, Francisco Lucas alugava ao Governo do Estado uma enorme casa que havia comprado em Rosário Oeste, onde inicialmente foi utilizada como armazém de borracha e mercadoria. O Governo alugou a residência para abrir uma escola só para mulheres.
E assim era a relação dos coronéis com o poder público na época do Brasil República. Esses poderosos homens marcaram a história republicana em vários segmentos e influenciavam tanto na vida política quanto na social, no estado do Mato Grosso.