A Divisão de Patrimônio Histórico de Lucas do Rio Verde, setor ligado à Secretaria de Cultura e Turismo, vem realizando uma detalhada pesquisa sobre os antecedentes históricos do município. Muitas curiosidades sobre a localidade estão sendo descobertas pela pesquisa. Cita-se como exemplo o fato de o exato local onde a cidade teve início já ter sido uma movimentada comunidade denominada Piavoré.
Os primeiros registros desse local são de 1893, quando três cidadãos diamantinenses, Alberto José Joaquim de Souza, Felisberto da Silva Nogueira e Tibúrcio Corrêa da Costa, disputavam a cerca do direito de posse da terra porque trabalhavam há anos no Sítio do Piavoré com lavoura, seringal e criação de gado.
Durante o Império, o Piavoré pertencia a Carlos Pompeu de Barros, que passou as terras para seu filho, Tenente Guarda-Mor Luiz Pedroso de Barros. Em 1893, Pompeu vendeu as terras para D. Maria Felismina Almeida, considerada uma dama de ferro da época, em Rosário Oeste. D. Maria era casada com o coronel João Baptista de Almeida e tinham parte como sócios em uma das maiores empresa no ramo da extração da seringa no norte do Mato Grosso, a firma Almeida & Comp.
O coronel Arthur de Campos Borges, morador de Rosário Oeste, comprou as terras de Dona Maria Felismina e passou a explorar a borracha em toda região do Rio Verde. Foi aí que o coronel Francisco Lucas entrou em cena quando, em 1910, além de comerciante da borracha, passou a gerenciar a exploração do produto no Barracão do Piavoré. No auge da exploração gomífera em 1912, o Piavoré chegou a contar com até 300 pessoas trabalhando no negócio.
Em 1916 teve um forte movimento armado em todo Mato Grosso, ocasionado por desentendimento entre membros do Partido Republicano Conservador e Partido Republicano Mato-grossense por domínio da política no estado. No Piavoré, teve a concentração de uma força com 350 homens armados de rifles Winchester contra o Governo, liderados por Chico Monteiro. A revolta foi dominada em 05 de setembro de 1916 pelas forças do Governo quando vários seringueiros foram mortos e até mesmo Chico Monteiro baleado nas nádegas, além da baixa de quatro soldados da força governamental.
Entre 1893 e 1920, Piavoré, atual localidade de Lucas do Rio Verde, foi palco de muitas histórias curiosas e o leitor vai ficar sabendo de muitos recortes dessa história aqui na página de nosso Museu Histórico.
Todo este trabalho está sendo compilado e o objetivo é a produção de um livro sobre a história de Piavoré. Fique antenado ao conhecimento!