Um grupo de trabalhadores de uma indústria de alimentos em greve participou da sessão da Câmara de Lucas do Rio Verde nesta quarta-feira (16). O objetivo foi buscar apoio dos vereadores para buscar uma solução para o impasse que entrou para o terceiro dia.
A greve foi anunciada no domingo (13) à noite. Os trabalhadores bloquearam trecho da MT 449, na conhecida rotatória da galinha, próximo ao quartel do Corpo de Bombeiros. O objetivo foi impedir que ônibus com trabalhadores ou caminhões com cargas vivas destinadas à indústria de alimentos não chegassem ao destino. Na segunda-feira o trecho foi desobstruído e os trabalhadores acamparam na rua que dá acesso a empresa.
Os trabalhadores ouviram os pronunciamentos dos vereadores e reagiam com aplausos aos apoios obtidos na Tribuna. No final da sessão, puderam argumentar com membros do Legislativo Luverdense acerca dos motivos da paralisação.
Um dos trabalhadores, em conversa com a imprensa, explicou que as negociações coletivas feitas pelo sindicato da categoria não contemplaram o desejo da classe. João Dimas citou que o reajuste de 7,19%, que passa a vigorar a partir de dezembro próximo, não é retroativo à data-base. Outro item reclamado é relacionado a mudanças no tíquete-alimentação, que passa a ser denominado bônus-presença. O problema é que trabalhadores que tiverem faltas durante o mês trabalhado perdem direito ao beneficio integral. “Sendo que o nosso salário é baixo, tirando o vale alimentação vai sobrar o quê pra gente viver?”, reclama.
Apoio
Último a utilizar a tribuna, o presidente da Câmara Municipal, Daltro Figur, falou em uma ação conjunta com a prefeitura. O objetivo será tentar buscar junto a direção da empresa uma solução para o impasse. “Fomos eleitos pra buscar soluções e eles estão buscando uma solução que precisam. Vejo uma falta de empenho do sindicato deles, que deixou eles meio abandonados e cabe a nós, dentro da legalidade, ver aquilo que a gente pode sanar”, pontuou.
Figur ainda elogiou a forma como os trabalhadores estão conduzindo o manifesto, pois concordaram em liberar o acesso da MT 449 cerca de 14 horas depois do bloqueio. “Pacificamente, sem bebedeira, sem nada. Parabéns a eles. Tem todo o apoio da Câmara de Vereadores”.
O presidente reforçou que, enquanto vereadores, a ideia é buscar solução. Figur sugeriu a elaboração de um documento que deverá ser encaminhado para a diretoria da empresa. “Pois vivemos numa região em que o custo de vida é muito elevado. Talvez não é do conhecimento deles”, adiantou.
“A gente está buscando fazer tudo dentro da lei, tudo o que é correto, certo, mas mesmo assim não estamos sendo ouvidos. Hoje estamos sendo ouvido”, explicou João Dimas, reforçando o pedido para que empresa, sindicato e trabalhadores sentem para entrar em acordo. “Eles tiraram alguns direitos que as pessoas não estão aceitando”, reclamou, dizendo que os trabalhadores não estão realizando motim, como chegou a ser citado.