O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep) – Subsede Lucas do Rio Verde – manifestou sua profunda indignação diante da recente demissão de professores interinos no município, a poucas semanas do encerramento do ano letivo.
Em nota à imprensa, a presidente do Sintep, Márcia Bottin Barbosa, destacou que, em mais de duas décadas de atuação da entidade na cidade, nunca houve um episódio de tal magnitude que impactasse diretamente tanto os profissionais da educação quanto os alunos.
“Infelizmente, essa parece ser a Lucas do Rio Verde dos ‘Unidos pelo bem comum’, que alega promover o interesse público enquanto, na prática, desampara aqueles que fazem o dia a dia da educação”, declarou Barbosa.
A decisão, justificando-se pela convocação de aprovados no Concurso Público 001/2022, trouxe descontentamento para os docentes e suas famílias. O Sintep argumenta que a medida poderia ter sido aplicada ao término do ano letivo, evitando prejuízos aos alunos e garantindo uma transição mais harmônica. Segundo o sindicato, a ação imediata, sem diálogo prévio, revela uma intenção de fragilizar a categoria, gerando insegurança quanto aos direitos dos profissionais.
O vice-presidente do Sintep, Luís Fernando Zen, reforçou a importância da união da classe para enfrentar os desafios impostos. “Somente com a unidade da categoria conseguiremos enfrentar esses desmandos e conquistar a vitória. Nossa união é nossa defesa mais forte.”
O sindicato, em sinal de protesto, solicitou que os professores interrompam imediatamente qualquer substituição das aulas dos profissionais demitidos e convocou a categoria para uma Assembleia Geral Extraordinária. A reunião ocorrerá em 4 de novembro, às 17h45, na sede do sindicato, onde serão discutidas as estratégias de mobilização.
Em resposta, também por meio de nota, a Prefeitura de Lucas do Rio Verde, por meio da Secretaria de Educação, esclareceu que a convocação dos aprovados no concurso visa substituir contratos temporários conforme previsto no edital, em cumprimento a uma recomendação do Ministério Público.
Segundo a prefeitura, essa ação busca evitar ações judiciais relacionadas a contratações temporárias e garantir a regularidade do quadro de profissionais. A administração municipal reafirmou que nenhum aluno ficará sem aula e se colocou à disposição de pais e profissionais da educação para prestar esclarecimentos.
A substituição, ainda que legalmente fundamentada, desencadeia um debate sobre os métodos e a cronologia de implementação, refletindo em questões mais amplas sobre estabilidade no ensino e valorização dos educadores.