Para a maioria da população é apenas muito lixo, descarte de algo que um dia já teve serventia e não tem mais uso. Para as famílias dos 22 trabalhadores cooperados que atuam no Ecoponto de Lucas do Rio Verde é uma forma de renda, de levar comida para dentro de casa, por meio de um trabalho digno, que colabora também para melhorar o planeta.
De acordo com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), responsável pelo espaço de reciclagem na cidade, o último mês teve um saldo significativo no aproveitamento de materiais, com o registro da venda de 99,96 toneladas de materiais. No ano passado, em julho, a venda de recicláveis registrou 30,16 toneladas.
O vidro, em exceção, é o único material que não é vendido, pois o material fica na cidade. Depois de chegar ao Ecoponto, o vidro é moído até virar pó e depois entregue para a fábrica de blocos, anexa ao Centro de Detenção Provisória (CDP), onde é transformado em itens de concreto por reeducandos. Esse mês, foram levadas à fábrica 6 toneladas e 580 kg do vidro.
Confira a quantia vendida de cada um dos materiais:
• Papelão: 39,800 kg
• Papel branco: 13,500 kg
• Pet: 18,140
• Plástico (grosso): 18,140 kg
• Ferro: 3,800 kg
• Alumínio (latinha): 8,460 kg
Nos primeiros meses deste ano, a média mensal de venda do Ecoponto estava em torno de 95 toneladas. O coordenador de resíduos do Saae. Jailton Marques, aponta que o papelão costuma ser o material recebido em maior volume no ponto de reciclagem.
“Nesse último mês o papelão também foi o [material] que mais vendeu, por conta do comércio em si. Mas a população aumentou e com isso a reciclagem também”, explicou o coordenador.
Para o responsável pelo Ecoponto, os números são positivos, mas ainda há muito a ser feito, pois o objetivo é conseguir chegar, ainda este ano, nos 10% de reciclagem do total do lixo arrecadado. “Muita gente reciclou mais um pouco, mas ainda não é o ideal, estamos longe. Precisamos muito da ajuda da população”, enfatizou Jailton.
A autarquia aponta que alguns bairros têm índices mais baixos na reciclagem, como Alvorada, Rio Verde, Cidade Nova e Jaime Seitti Fujii. Já os mais bem colocados na reciclagem são Bandeirantes, Parque das Emas e a região Industrial.
“Mas o apelo é esse, pedir que as pessoas separem melhor os lixos e nos ajudem, pois esse dinheiro vai ficar aqui na cidade, dentro do município”, explicou o coordenador de resíduos do Saae.