Na última quarta-feira, o presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde manifestou preocupação com o descontrole da população de porcos selvagens em Mato Grosso. Marcelo Lupatini observa que além dos prejuízos financeiros, a situação pode provocar problemas de saúde pública.
A declaração de Lupatini aconteceu logo após reunião sobre projeto de lei que regulamenta o uso de fogos de artifício em Lucas do Rio Verde. Os produtores rurais usam o artefato pirotécnico para espantar animais das lavouras, em especial os porcos selvagens.
O Sindicato Rural do município fez um levantamento que indicou o tamanho do prejuízo financeiro de produtores rurais que tiveram suas lavouras atacadas. Um deles teve uma área de 670 hectares de milho invadida. Os animais destruíram boa parte da plantação provocando perda de 5% a 6% da produção. Outro relata ter tido perdas de R$ 7 mil por hectare. O levantamento do sindicato estima que 3% da safra de milho foi prejudicada pelos animais, prejuízo de mais de R$ 20 milhões.
Superpopulação
“A cada ano vem aumentando a população que não tem inimigos naturais. E eles estão pra todos os cantos, não respeitam divisa”, observa Lupatini.
Mas a preocupação vai além dos prejuízos, segundo o presidente do Sindicato Rural. “Porque eles não são vacinados e uma ou outra pessoa acaba por consumir a carne, porque há abundância que tem nesses porcos e acaba podendo trazer problemas na saúde, problemas na saúde humana”, relata.
Lupatini lembra que o abate desses animais é proibido, mas que as entidades rurais tentam regulamentar o manejo. Até lá, os produtores vão se virando como podem, seja com o uso de fogos de artifícios ou de outras iniciativas, que ainda não mostraram efeito. Uma das alternativas tentadas foi o uso de dreno, nas beiradas de mata. Outra medida adotada é o uso de cerca elétrica. Mas nenhuma se mostrou eficaz. “Quando eles estão no meio do milho como é que se tiram os porcos a não ser com fogos?”