O Policial Penal que foi preso nesta quinta-feira (11), pela Polícia Civil de Lucas do Rio Verde, teria recebido a quantia de R$ 30 mil para facilitar a fuga de presos de alta periculosidade do Centro de Detenção Provisório – CDP. É o que aponta as investigações que estão em andamento em conjunto com o Ministério Público.
Durante entrevista à imprensa, nesta tarde, o delegado Marcello Maidame, que está à frente das investigações, comentou que o agente público teria recebido R$ 5 mil para entregar aparelhos celulares e serras que foram usados para arquitetar o plano de fuga.
Outros R$ 25 mil seriam pagos pelos criminosos para que o agente, durante o plantão da madrugada do dia 19 de maio, fizesse ‘vistas grossas’ no momento em que os presos estivessem fugindo do CDP.
“Durante as investigações fomos colhendo provas materiais e monitoramento de câmera, nos permitiu concluir que esse policial penal tem participação direta para que essa fuga viesse a ocorrer, com fornecimento, inclusive de serras, para que os presos pudessem fazer a abertura na parede da cela 09. Temos informações que anterior a fuga, esse policial penal forneceu celulares para os detentos”, comentou.
O Centro de Detenção Provisório de Lucas do Rio Verde, construído em 2012, tem capacidade para abrigar até 150 reeducando, mas hoje abriga mais de 220 presos.
“Diante disso, nós da Polícia Civil e Ministério Público, representamos pela prisão preventiva (do policial penal) pelos indícios de autoria e materialidade, tendo em vista a omissão totalmente dolosa deste agente”, reforçou o delegado.
O Policial Penal já estava sendo investigado, na comarca de Aripuanã pelo crime de prevaricação (funcionário público que dificulte ou falte com os deveres de seus cargos, ou pratique atos de ofício, para atender interesses pessoais, comete crime de prevaricação).
O Policial Penal atua na área a mais de 10 anos e foi preso na manha desta quinta-feira (11), quando estava no exercício de sua função.
“Os policiais penais, em sua grande, são ótimos profissionais. Mas diante desse ato ilícito, criminoso, e após as investigações encetadas tanto pela Polícia Civil, quanto pelo Ministério Publico, que colheu declaração de um dos detentos na Promotoria, essa medida extrema (prisão do agente) foi necessária. É uma medida cautelar, as investigações ainda estão em curso e após essa prisão há um prazo legal para que o Ministério Público, que é o titular da ação penal, ofereça a denuncia perante justiça”, reforçou Saulo Pires de Andrade Martins, Promotor de Justiça na área criminal.
Arma apreendida
Durante o mandado de busca e apreensão na casa do Polícia Penal investigado por facilitar a fuga de sete detentos no CDP de Lucas do Rio Verde, a Polícia Civil encontrou uma espingarda de pressão adaptada para calibre 22 e diversas munições do mesmo calibre. Munições de outros calibres também foram apreendidas.