A polêmica participação do professor Geraldo Peçanha em ações do Abril Azul em Lucas do Rio Verde foi alvo de pronunciamentos na Câmara Municipal. Praticamente todos os vereadores se manifestaram a respeito do evento ocorrido semana passada.
Além de realizar a capacitação de profissionais da educação pública do município, Peçanha participou de uma palestra na Câmara de Vereadores. Na ocasião, alguns posicionamentos apresentados pelo pedagogo criaram polêmica, sendo alvo de críticas de familiares de pessoas autistas e da associação que defende os direitos de autistas em Lucas do Rio Verde, a ALFAA.
Dentre os pontos criticados, o que mais repercutiu foi a que relaciona o autismo a sexualidade. Mas, também geraram repúdio, falas sobre o uso de medicamentos e sobre terapias para portadores de Transtorno de Espectro Autista (TEA).
“Esse professor fez algumas falas que desagradaram não só os nossos pais, também os autistas. E nós, enquanto legisladores, estamos atentos ao clamor da nossa sociedade e nada mais é essa moção de repúdio a fala desse professor do que o reflexo que a sociedade espera da gente”, comentou Marcio Albieri, citando a moção aprovada durante a sessão, repudiando a palestra de Peçanha.
O vereador Marcos Paulista foi mais incisivo durante o uso da Tribuna. Ele lembra que a Câmara convocou a secretária de Educação, Elaine Lovatel, para dar explicações sobre a contratação do pedagogo para as capacitações e a palestra ocorridas semana passada no município. “Mas não convenceu. Chamamos ela pra também dar explicação aqui na Tribuna hoje, que tem a primeira sessão após o ocorrido, e ela não esteve. Ela teve a oportunidade”, disse.
Paulista acrescentou que aguardava também pronunciamento do prefeito Miguel Vaz a respeito do ocorrido. Porém, ele criticou a nota emitida pelo município semana passada, após a polêmica sobre as declarações do palestrante.
“O que eu entendi pela nota que a prefeitura colocou, dizendo que foi só mal interpretado e repudia qualquer exploração política. Políticos no município hoje no momento são nove vereadores e o prefeito”, ressaltou o vereador.
O preço pago a Geraldo Peçanha também foi criticado pelo vereador. “Baseado em outros profissionais que eu consultei, outros profissionais da área. É muito caro”.
“Não aceitamos que alguns dados que ele trouxe aqui que eu acho que ele não vai provar. Ele diz que crianças, 70% dessas crianças são homossexuais, bissexuais só 30% são hétero. Ainda que ele prove ainda que é verdade, no mínimo desnecessário essa fala”, reclamou. “Repudio. E se existe um culpado, como eu disse ali na Tribuna, se como a secretária lá quis dizer sobre exploração política, se existe um único político culpado chama-se prefeito Miguel Vaz”, finalizou.