Marcos Paulista (Podemos), o único vereador reeleito para a atual legislatura de Lucas do Rio Verde, anunciou sua desistência de concorrer à reeleição, em uma decisão que surpreendeu o cenário político local. O anúncio foi feito durante a sessão ordinária desta segunda-feira (26), que contou com bom público.
Além de abdicar de sua candidatura, Paulista declarou apoio à candidata Débora Carneiro, do PRD, partido oposto ao seu, e sugeriu a transferência de votos em favor dela. Em um movimento ainda mais inesperado, o vereador manifestou apoio a Miguel Vaz, candidato a prefeito, de quem foi oposição ao longo dos últimos anos.
Em um discurso em que citou a esposa, filhas e o pastor Kelio Rocha, Marcos Paulista explicou os motivos por trás de sua decisão. Ele destacou sua trajetória política como uma missão de defender a população luverdense, especialmente a comunidade evangélica, e enfatizou que sua atuação na Câmara Municipal sempre foi pautada pela aprovação de projetos benéficos para a sociedade, independente de sua posição de situação ou oposição.
Paulista revelou que sua desistência é parte de uma estratégia pensada em conjunto com Débora, com quem iniciou seu projeto político dentro de sua igreja. “Se eu sempre tive o discurso de que a cadeira aqui não é minha, a cadeira é do meu povo, agora estou provando isso. Vamos unir forças, eu e Débora”, declarou o vereador, reforçando seu compromisso de ceder espaço para uma mulher capacitada ocupar a Câmara.
Além do apoio à candidata Débora, Marcos Paulista também expressou sua gratidão ao ex-prefeito Luiz Binotti e, após uma análise do cenário político local, decidiu apoiar Miguel Vaz na corrida para a prefeitura. “Não é uma desistência, e sim um recuo. Quem sabe lá na frente para voltar ainda mais forte”, afirmou ele, fazendo uma analogia com a flecha que precisa ser puxada para trás antes de ser lançada com força.
Com a decisão de Marcos Paulista, apenas 5 dos atuais 9 vereadores vão concorrer à reeleição. Wagner Godoy, que assumiu após renúncia de Noel Dias, já havia afirmado que não seria candidato, assim como Sandra Barzotto, que renunciou à presidência da Câmara no mês passado. Ademilson Pereira, o Zinho, chegou a ter o nome aprovado em convenção partidária, mas recuou, não registrando candidatura.