Três escolas e uma creche da rede de ensino de Lucas do Rio Verde estão sendo palco de oficinas de compostagens nesta quinta e sexta-feira. A oficina é ministrada pelo engenheiro agrônomo e extensionista da EMPAER Mato Grosso, Rogério Leschewitz e faz parte da Semana Nacional da Compostagem. A capacitação, que envolve servidores municipais da educação, é coordenada pela Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Lucas do Rio Verde.
O curso tem como objetivo capacitar profissionais da rede escolar local sobre técnicas de compostagem, uma prática cada vez mais valorizada pela sociedade. Rogério destaca a relevância desta iniciativa: “Este curso é uma oportunidade crucial para repassar aos professores informações sobre como reaproveitar resíduos nas escolas, transformando-os em adubos extremamente benéficos para o solo. Esses compostos orgânicos são ricos em nutrientes, contribuindo tanto para a solução de problemas ambientais quanto para a melhoria das práticas escolares”.
O principal objetivo do curso é capacitar os professores para que possam disseminar o conhecimento adquirido, tanto entre os alunos quanto em suas próprias comunidades. “Queremos que os professores repliquem essas práticas de compostagem, reduzindo o volume de resíduos no município. Aproximadamente cinquenta por cento dos resíduos urbanos podem ser compostados, o que gera independência para famílias e escolas”, explica Leschewitz.
A metodologia do curso combina teoria e prática, facilitando a assimilação do conteúdo pelos participantes. “Associar teoria com prática é fundamental para um aprendizado mais eficaz. Quando os professores visualizam e aplicam o conhecimento na prática, eles se capacitam melhor e podem utilizar essas técnicas tanto nas escolas quanto em suas residências”, ressalta o palestrante.
Projeto Lixo Zero
A engenheira sanitarista e ambiental Gilneia Mello, da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, explica que o curso faz parte do projeto Lixo Zero. “O objetivo geral do projeto é desviar noventa por cento ou mais dos resíduos escolares dos aterros sanitários. Cerca de cinquenta por cento dos resíduos gerados nas escolas são orgânicos, e a compostagem é uma solução eficaz para desviar esses resíduos dos aterros”, afirma Mello.
Mais de 80 pessoas estão inscritas no curso, representando várias escolas de Lucas do Rio Verde. “As escolas têm autonomia para decidir quem participará do curso, seja um professor, zelador ou mesmo uma turma de alunos. O importante é que a pessoa esteja motivada e identificada com o projeto para que ele seja implementado com entusiasmo”, comenta Mello.
Além do curso de compostagem, o projeto Lixo Zero inclui diversas ações complementares, como treinamentos para gestores, coordenadores, equipes de limpeza e cozinha, além de atividades práticas com os alunos. “Atualmente, estamos realizando treinamentos nas escolas, mas futuramente o Museu do Cerrado será nosso ponto central para atividades de educação ambiental”, explica Mello.
Segundo a representante da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, o curso de compostagem em Lucas do Rio Verde representa um avanço significativo na promoção da sustentabilidade e da educação ambiental. Com a capacitação dos professores e a implementação de práticas de compostagem, espera-se reduzir substancialmente o volume de resíduos enviados aos aterros e estimular a produção de adubos orgânicos de alta qualidade. Esta iniciativa não apenas beneficia o meio ambiente, mas também fortalece as práticas agrícolas e educacionais locais.
Terapia
Gilneia observa ainda que o projeto ainda tem um caráter terapêutico para algumas pessoas. “Essas práticas também ajudam pessoas que estão enfrentando dificuldades, como a depressão, a se engajarem em atividades saudáveis e produtivas”, ressalta.