Lucas do Rio Verde: prova do Ideb está entre os maiores desafios da Educação em 2019

Grupos de apoio pedagógico são essenciais para inclusão do aluno e melhoramento da qualidade do ensino

Fonte: ASSESSORIA

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Segundo lugar no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em todo o estado de Mato Grosso na avaliação de 2017 e apontada como referência nacional em qualidade, a rede municipal de educação de Lucas do Rio Verde também tem contribuído sobremaneira para a elevação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da população. Mesmo assim, ainda há um longo caminho a ser percorrido para a eliminação ou redução de alguns pontos críticos do ensino-aprendizagem, que, no segundo semestre, passará novamente pelo crivo do governo federal.

Entre as fragilidades está o descompasso no desenvolvimento de estudantes de uma mesma sala de aula e faixa etária, responsável pela distorção idade-série. Para enfrentar a discrepância e corrigir essa e outras distorções, a secretária municipal de Educação, Cleusa Marquezan De Marco, ressalta a importância do apoio pedagógico no contraturno escolar. “Vamos mapear onde se encontram aqueles alunos que completaram o segundo ano sem serem alfabetizados e os que apresentam mais dificuldade de aprendizagem e necessitam de reforço para desenvolver suas potencialidades e habilidades para acompanhar o rendimento de seus colegas.“

Além disso, o planejamento pedagógico da Secretaria para a definição de estratégias e ações que efetivamente contribuam para melhorar o desempenho é feito coletivamente com as comunidades escolares. “Nós temos bons índices de aprendizagem e cabe a nós agora desafiar cada uma delas para superar seus próprios resultados e continuar evoluindo na qualidade da educação de nosso município”, propõe.

Se o fato de estar na vitrine educacional impõe cotidianamente o desafio de impedir rebaixamentos em qualquer um dos altos indicadores já alcançados, a busca de melhoria desses índices torna-se ainda mais desafiadora em um município que tem a mais alta taxa de crescimento populacional de Mato Grosso e, segundo dados do IBGE divulgados em 2016, registra mais de 1.200 nascimentos anuais e não para de atrair jovens imigrantes de todas as regiões do Brasil. Ou seja, um contingente com alto potencial reprodutivo, disposto a inserir-se no mercado de trabalho e começar vida nova.

Embora esteja confiante em relação à sua equipe pedagógica e quanto ao desempenho dos alunos na avaliação do próximo Ideb, a gestora Andréia Pedrassani Ottoni Gugel, da Escola São Cristóvão, unidade que obteve as duas melhores notas da rede municipal na prova de 2017 – 7,2 nos anos iniciais e 6,9 nos anos finais –, já trocou o entusiasmo resultante da conquista pela preocupação em repetir o bom rendimento no teste previsto para o mês de outubro.

De olho nos pontos fracos da aprendizagem – a Matemática nos anos finais e a interpretação, tanto em Matemática como em Português, nos anos iniciais –, Gugel acredita que somente com a soma de esforços de toda a comunidade será possível continuar no caminho do sucesso. “Precisamos dos pais para cobrar, de alunos realmente interessados, de professores responsáveis e dispostos a fazer a diferença e que a equipe gestora e da Secretaria passem confiança e deem todo o suporte necessário”, pondera.

Mestre em Educação Matemática, o professor Daltron Maurício Ricaldes, da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), pesquisa índices educacionais desde 2007 e a partir de 2017 tem assessorado a Secretaria Municipal de Educação de Lucas do Rio Verde nos quesitos de formação pedagógica e de diagnóstico dos resultados do processo de ensino-aprendizagem para melhor entendimento da evolução dos indicadores locais.

Ricaldes esteve à frente do ciclo de atividades realizado em Lucas do Rio Verde durante toda a semana passada. Dirigida para assessores, gestores e coordenadores escolares, a formação também levou em conta a reformulação da proposta curricular da rede municipal de ensino de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e que a prova do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), entre outras novidades, passará a incluir a educação infantil. “Estamos fazendo um rastreamento para descobrir onde ainda há falhas, potencializar esses pontos frágeis e melhorar os índices para atingir os níveis de qualidade que a sociedade espera da educação”, destaca.

Zerar a reprovação nos anos iniciais e finais, segundo ele, deve ser a principal meta dos gestores, educadores e assessores pedagógicos da rede. “Claro que não se trata de aprovar automaticamente e sim de zerar mesmo como resultado de um trabalho em sala de aula. A gente sabe que é um desafio, mas Lucas do Rio Verde tem mostrado que é possível pois os aprovados estão tendo bom desempenho nas avaliações. Então, eu acho que basta um pouco mais de esforço de todos para chegarmos aos avanços desejados”, sugere.

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