Lucas do Rio Verde vive um novo alerta em relação aos acidentes com escorpiões. Em junho deste ano, a Vigilância Ambiental do município confirmou a presença do escorpião amarelo, cientificamente conhecido como Tityus serrulatus, uma espécie altamente perigosa e venenosa. Esta descoberta acendeu um sinal de alerta na região, uma vez que esse escorpião, anteriormente, era mais comum em áreas do Sudeste do Brasil e até agora tinha poucos registros em Mato Grosso.
Cláudia Engelmann, Supervisora da Vigilância em Saúde, destaca que, embora no ano passado mais de trinta casos de picadas de escorpiões tenham sido registrados na cidade, felizmente, nenhum deles resultou em gravidade ou necessitou do uso do soro antiescorpiônico. No entanto, a presença do Tityus serrulatus representa um risco maior devido ao seu veneno potente, capaz de causar sérios sintomas e, em casos extremos, até levar ao óbito.
A supervisora informou que a equipe de Vigilância em Saúde tem trabalhado intensamente para identificar e monitorar essa ameaça. Os escorpiões coletados são enviados para análise no laboratório central do estado, onde são classificadas suas espécies. Recentemente, um exemplar foi encontrado no bairro Veneza, o que levou a uma série de ações locais, incluindo orientação direta à população sobre como se proteger e evitar acidentes.
A supervisora Engelmann enfatiza que a prevenção é a chave para minimizar o risco de acidentes com escorpiões. Um dos passos mais importantes é a manutenção da limpeza dos terrenos e quintais, evitando o acúmulo de lixo e entulhos. “O escorpião se alimenta de insetos, como baratas, que são atraídas por resíduos orgânicos. Ao eliminar esses ambientes propícios, reduzimos significativamente a presença desses aracnídeos em nossas casas”, explica Cláudia.
Além disso, ela alerta sobre a importância de evitar ambientes úmidos, quentes e escuros, locais que os escorpiões preferem para se esconder. Isso inclui não acumular madeira, folhas e outros materiais que possam servir de abrigo. Um cuidado adicional recomendado é sempre verificar calçados e roupas antes de usá-los, especialmente se deixados no chão, já que os escorpiões tendem a buscar lugares aconchegantes e protegidos.
Outra medida preventiva destacada por Engelmann é a conscientização sobre o armazenamento de materiais sem uso. Objetos guardados por longos períodos podem se tornar o habitat ideal para escorpiões e outros animais peçonhentos. “Muitas vezes, guardamos itens pensando que um dia vamos usá-los, mas isso só aumenta o risco de criarmos esconderijos para esses animais indesejados”, afirma.
Soro para picadas de escorpião
No que diz respeito ao atendimento médico, Cláudia Engelmann tranquiliza a população ao informar que o Hospital São Lucas possui soro antiescorpiônico disponível. Ela recomenda que qualquer pessoa picada procure atendimento médico imediato para uma avaliação completa dos sintomas, já que a decisão de usar o soro é baseada na gravidade de cada caso.
A supervisora também destaca a importância de entender o papel ecológico dos escorpiões. Eles são parte integral da cadeia alimentar e possuem proteção legal devido à sua relevância ambiental. “Escorpiões não atacam seres humanos de forma deliberada. Eles apenas reagem quando se sentem ameaçados. Nossa melhor defesa é a prevenção e o respeito pelo seu habitat natural”, reforça.
A Vigilância em Saúde de Lucas do Rio Verde continua intensificando suas ações para garantir que a comunidade esteja bem informada e segura. As equipes estão ativamente engajadas em educar os moradores, principalmente nas áreas onde o escorpião amarelo foi encontrado, sobre a importância das práticas preventivas. Engelmann conclui com um apelo à população: “A colaboração de todos é fundamental para manter nossa cidade segura. Juntos, podemos evitar acidentes e proteger a saúde de todos.”