A segunda edição do Encontro de Boas Práticas Lixo Zero, realizado no Auditório dos Pioneiros nesta quinta-feira (11), reuniu gestores, professores, estudantes e autoridades nesta semana para apresentar os resultados do programa que vem transformando a rotina das unidades escolares de Lucas do Rio Verde. O evento marcou a consolidação de um movimento que começou em 2024 e que, em apenas dois anos, já alterou a cultura de gestão de resíduos em grande parte da rede municipal. O encontro teve como um dos principais objetivos permitir que as escolas compartilhassem experiências, apresentassem suas ações e mostrassem, de forma prática, como a metodologia Lixo Zero tem influenciado diretamente a formação de crianças e adolescentes.
Para o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Felipe Palis, o evento é mais do que uma mostra de projetos: é a confirmação de que o município está criando um novo modelo de educação ambiental. Ele explica que o encontro permite que as unidades evidenciem o que tem sido desenvolvido dentro das escolas, num processo de troca que fortalece o movimento. Segundo ele, a certificação das escolas que atingem as metas propostas é importante, mas representa apenas uma parte do propósito. “O selo é um reconhecimento, mas o que mais importa é o legado, é a missão, é a causa, que é levar essa transformação para os nossos mais de 14 mil alunos”, disse. Palis destaca ainda que a mudança alcança também os responsáveis pelos estudantes, atingindo cerca de metade da população luverdense. Para ele, o município está alinhado à visão de futuro de se tornar referência nacional em economia verde, com a meta ousada de, até 2026, consolidar-se como a primeira rede municipal Lixo Zero do Brasil.
A secretária de Educação, Elaine Benetti Lovatel, reforça que a iniciativa representa uma mudança de mentalidade dentro das escolas. Ela lembra que 24 unidades fizeram adesão voluntária ao programa e que cada uma percorre seu próprio caminho, adotando práticas e construindo um processo interno contínuo. “É uma mudança de comportamento. Envolve o profissional da escola, envolve os alunos e envolve as famílias”, afirma. Para ela, os resultados já são visíveis porque as ações — como compostagem, hortas escolares e a correta destinação dos resíduos — passaram a fazer parte da rotina. Eliane enfatiza que a autonomia pedagógica permitiu que cada unidade desenvolvesse suas práticas conforme sua realidade, criando um movimento orgânico que tende a crescer ainda mais nos próximos anos.
Esses resultados também são percebidos no cotidiano das escolas. Na Escola Vinícius de Moraes, a gestora Débora Oliveira relata que a mudança foi profunda, sobretudo na redução de resíduos orgânicos. Antes da implantação da metodologia, a unidade encaminhava entre 30 e 40 quilos de alimento desperdiçado ao ecoponto diariamente. Hoje, o descarte caiu para uma margem mínima entre 200 e 500 gramas, graças ao engajamento de funcionários, alunos e toda a comunidade escolar. Débora explica que o processo exigiu esforço e disciplina, mas que o impacto é visível: “As nossas crianças sabem onde descartar os seus resíduos, temos compostagem ativa, horta escolar e várias ações integradas. Viramos referência”, afirmou. Para 2026, a gestora projeta ampliar a participação da comunidade do bairro, levando o aprendizado para além dos muros da escola.
A evolução do programa também é reconhecida nacionalmente. Diretor da Teoria Verde e parceiro técnico da iniciativa, Jean Peliciari explica que metade das escolas já atingiu os critérios necessários para receber o selo Lixo Zero, concedido pelo Instituto Lixo Zero Brasil. Segundo ele, o conjunto de práticas adotadas — como pesagem dos resíduos, triagem, compostagem, ações pedagógicas e encaminhamento correto dos recicláveis — mostra que as escolas estão ensinando na prática aquilo que promovem em sala de aula. “Não tem mais como ensinar educação ambiental se a própria instituição não fizer”, afirma. Peliciari lembra que Lucas do Rio Verde recebeu recentemente o prêmio nacional Cidades Lixo Zero, em Brasília, reconhecimento das iniciativas que vêm sendo implementadas. Para ele, a jornada ainda é longa, mas o avanço alcançado em apenas dois anos demonstra a força do movimento. “Queremos ser a primeira rede municipal de educação Lixo Zero do Brasil”, reforçou.
A segunda edição do Encontro de Boas Práticas Lixo Zero encerra um ciclo de resultados expressivos e abre espaço para uma nova etapa do programa. Com metas maiores e participação crescente das escolas, o município segue consolidando uma política pública que integra educação, sustentabilidade, inovação e engajamento comunitário. Um movimento que começa dentro da sala de aula, mas que se expande para toda a cidade.




















