Em reunião com vereadores, representantes de empresa atribuem oscilações e quedas de energia a onda de calor

Alguns alimentadores teriam apresentado alta demanda e foram necessárias “manobras de alívio” para reequilibrar o fornecimento de energia, evitando sobrecargas em determinados locais

Fonte: CenárioMT com Ascom/Herbert de Souza

ICMS sobre tarifa de energia
© Fernando Frazão/Agência Brasil

Os vereadores de Lucas do Rio Verde se reuniram, nesta quinta-feira, com representantes da Energisa para cobrar mais investimentos por parte da empresa, como forma de solucionar as quedas e oscilações de energia no município. A reunião contou com a presença de oito parlamentares e três representantes da empresa, que detém a concessão do fornecimento de energia elétrica em Mato Grosso. Segundo os representantes da empresa, as frequentes oscilações e quedas de energia teriam ocorrido devido às ondas de calor de outubro e novembro.

Foi uma reunião muito produtiva. Eles se disponibilizaram a uma conversa com todos os vereadores. E fizeram uma proposta para nos reunirmos novamente em 15 dias para que apresentem todos os trabalhos já executados e os planejamentos para sanar as dificuldades que existem no município, principalmente, em relação às oscilações e quedas, e a falta de energia”, avaliou a presidente do Legislativo, vereadora Sandra Barzotto.

Durante a conversa, o vice-presidente, vereador Daltro Figur, questionou a situação dos fios de empresas prestadoras de serviços de internet. Segundo ele, muitas vezes, a instalação não segue um padrão mínimo de altura, o que ocasiona acidentes e, por consequência, queda de energia. Já o vereador Wagner Godoy pontuou o número de atendentes presenciais da empresa, que, em sua avaliação, é insuficiente para atender à demanda do município.

Em sua fala, o vereador Márcio Albieri apontou os prejuízos suportados por comerciantes, principalmente, nos bairros Bandeirantes e Parque das Emas. “Estamos enfrentando problemas graves já há um certo tempo. Não só na cidade, mas na zona rural também. Precisamos de mais investimentos da empresa. Somos a sexta economia do Estado”.

Segundo o vereador Marcos Paulista, além das oscilações e falta de energia, também há perda de tensão em alguns lugares. Ele citou como exemplo uma igreja do município, onde a tensão fornecida é de 220 volts, mas um profissional eletricista fez uma medição de 180 volts. “Fica aqui o pedido. Acho que Lucas do Rio Verde merece ser melhor assistida. Estamos fazendo nossa parte e nos colocamos à disposição para colaborar também”.

Uma divulgação sobre o planejamento da empresa para solucionar os problemas foi a cobrança feita pelo vereador Wlad Mesquita. “É importante a gente dar uma resposta para o cidadão. E eu acho que é por meio da Casa de Leis que a gente consegue chegar a essas soluções. Então, além de nos visitarem para apresentar o que está acontecendo, é de suma importância que a gente tenha um plano de ação para levar ao cidadão luverdense”, comentou.

fotos bancoimagens 1456
Foto: Rayan Nicácio/Ascom

O vereador Gilson “Urso”, por outro lado, reclamou da demora da empresa para solucionar algumas demandas, como, por exemplo, quando há queda de postes. “Semana retrasada, na avenida Tocantins, houve um acidente que derrubou dois postes e só foram começar a fazer a troca duas horas depois. Por que ninguém toma providência e há tanta demora? Liga na Energisa, ninguém responde nada. Fica difícil”.

Já o vereador Ademilson “Zinho” criticou a falta de investimentos e ressaltou que o município tem sido parceiro para ajudar a solucionar o problema. “Acho que vocês não vão achar outra cidade tão parceira quanto a nossa. A prefeitura ajuda na poda de árvores. Eu trabalhei na gestão passada e era assim. Na atual gestão também. Muda o prefeito e isso continua”.

Resposta

Após ouvirem as cobranças, a equipe da Energisa, composta por Matheus Galvão (gerente regional), Miguel Lara (coordenador de equipes) e Wanderson Costa Moraes (supervisor de campo), respondeu às demandas apresentadas pelos parlamentares. Segundo o gerente regional, Matheus Galvão, boa parte das quedas e oscilações foram causadas pelo aumento de consumo decorrente das ondas de calor em outubro e novembro.

Por causa disso, explicou Matheus, alguns alimentadores apresentaram alta demanda e foram necessárias “manobras de alívio” para reequilibrar o fornecimento de energia, evitando sobrecargas em determinados locais. Conforme o representante da concessionária, esse procedimento causou a interrupção do fornecimento em alguns dias.

Os profissionais também apresentaram a imagem de um mapa do município com as diversas manutenções feitas recentemente. Além disso, segundo eles, há um plano preventivo para Lucas e, por causa das ondas de calor, foram designadas cinco equipes a mais para a região, apenas para trocas de transformadores e postes.

De acordo com os representantes da concessionária, a queda de postes também é um fator que contribui com as falhas no sistema elétrico. Os dados apresentados pela empresa apontam que, apenas em outubro, caíram 500 postes nos municípios que compõem a regional de Sinop. Cerca de 20 a 30% das quedas ocorreram em Lucas do Rio Verde.

Por esse motivo, a concessionária pediu apoio do Legislativo em um trabalho para conscientização sobre a Lei Seca. Também solicitaram auxílio com a questão das podas de árvores no município.

Sobre os fios de internet, os profissionais esclareceram que a Energisa possui contratos com as prestadoras de serviços, porém, há dificuldade para fiscalizar os parâmetros de instalação. Desta forma, segundo eles, o município tem autonomia para cortar os fios se houver risco à segurança. Já sobre a queda de tensão em alguns locais, os técnicos prometeram enviar uma equipe para verificar a demanda.

Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso.