Os desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência no mercado de trabalho e a adaptação das empresas para receber um trabalhador PcD foram assuntos de destaque na roda de conversa, realizada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, com apoio da Prefeitura de Lucas do Rio Verde e parceiros, na noite desta terça-feira (20).
O evento, que faz parte da programação da Semana de Valorização da Pessoa com Deficiência, reuniu lideranças luverdenses, representantes do poder público, de entidades e de empresas, além de especialistas e convidados, e foi transmitido ao vivo pela página da Prefeitura no Facebook. (Confira aqui)
Os participantes puderam esclarecer dúvidas, debater sobre o mercado de trabalho, compartilhar experiências e propor iniciativas e melhorias. Uma das propostas apresentadas foi para criar um banco de dados com informações das pessoas com deficiência que têm interesse em qualificação e inclusão no mercado de trabalho local.
Atualmente, de acordo com o Conselho, cerca de 700 pessoas com deficiência, entre crianças, jovens, adultos e idosos, vivem em Lucas do Rio Verde. Aproximadamente 130 PcDs estão empregadas no município e há, pelo menos, 15 empresas de grande porte que precisam contratar PcD, conforme a legislação.
Entretanto, os desafios da empregabilidade existem para os dois lados. “Além de preparar a empresa para receber esse trabalhador, cumprir as normas e legislação, há também a dificuldade na inclusão do PcD ao mercado de trabalho, algumas vezes a falta de qualificação ou pelas limitações das pessoas, entre outros desafios que hoje são observados, mas esta é uma realidade que precisamos mudar e, por isso, esse debate é tão importante”, esclarece a assistente social e conselheira, Michele Faifer.
A coordenadora do Sine, Eliane Zamberlan, participou do debate e contribuiu com a experiência vivenciada no dia a dia no órgão. “No Sine, ao fazer o anúncio, muitas vezes, as empresas não têm essa preocupação de diferenciar as vagas para PcD, acabam anunciando a vaga no geral, em ampla concorrência, o que, de certa forma, desanima as pessoas com deficiência. Mas, quando a vaga é cadastrada da forma correta, exclusiva para PcD, o objetivo é atingido com uma maior procura, com direcionamento de vagas e de candidatos”, pontuou.
Entre os assuntos abordados no encontro estavam direitos e deveres de empregadores e empregados, benefícios às pessoas com deficiência, além de legislação e fiscalização.
“Quando a questão chega ao Judiciário, ela já passou por diversos setores e tentativas de solução. Percebemos que o menor dos problemas é falta de vontade das empresas em se adequar, mas as dificuldades existem e precisamos debater. É muito importante participar dessas discussões e ouvir, são relatos de pessoas que querem resolver, algumas empresas com menos dificuldades de se enquadrar, outras com maiores desafios. Nos colocamos à disposição para esclarecimentos e para colaborar nessa causa, que é muito nobre”, destacou o juiz do Trabalho, André Simionato.
O fortalecimento da base familiar para que o PcD tenha condições de buscar o mercado de trabalho e a implantação de programas de aprendizagem com oportunidades para capacitação também foram pautas da roda de conversa.
“Enquanto Conselho Municipal, podemos intermediar, propor e incentivar a qualificação e melhorias para que a inclusão ao mercado de trabalho seja facilitada. A inclusão não deve ser só em decorrência da lei, mas sim, de fato e pensando na qualidade de vida do PcD, na independência dessa pessoa, na vivência em sociedade e no auxílio à família”, salientou a presidente do CMDPD, Weylla de Souza.
Aos interessados no mercado de trabalho luverdense, um Balcão de Empregos voltado ao público PcD, com disponibilização de vagas e orientações, será realizado nesta quinta-feira, dia 22 de setembro, no Cras.
A programação completa da Semana de Valorização da Pessoa com Deficiência está disponível no site da Prefeitura.
