Demissão de professores gera críticas na Câmara de Lucas do Rio Verde

Decisão da Secretaria de Educação de desligar docentes contratados antes do fim do ano letivo preocupa vereadores e causa desestruturação nas escolas municipais

Fonte: CenarioMT

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Foto: Divulgação

A recente decisão da Secretaria de Educação de Lucas do Rio Verde de desligar professores contratados antes do término do ano letivo gerou críticas e apreensão na Câmara Municipal durante a sessão de segunda-feira (04). O vereador Márcio Albieri, que também é professor, foi um dos parlamentares a expressar indignação com a medida. Durante pronunciamento na tribuna e em entrevista, Albieri destacou que o afastamento dos docentes aconteceu sem planejamento adequado, deixando escolas em uma situação difícil, sem profissionais suficientes para atender os alunos.

“A vida do professor contratado não é fácil. Todo ano ele é desligado em dezembro e fica sem salário até o retorno, em fevereiro, além da insegurança sobre se será chamado novamente ou não,” enfatizou o vereador. Ele explicou que, apesar de a legislação exigir o intervalo de seis meses entre contratos, a antecipação do desligamento foi feita de forma abrupta, sem considerar o impacto nas salas de aula e nas atividades dos gestores escolares.

De acordo com Albieri, o município já havia enfrentado processos judiciais e indenizações devido a essa prática de rompimento contratual. Além disso, o Ministério Público entrou com ações cobrando uma revisão na maneira como as contratações temporárias são feitas. A exigência para que o município chame os concursados foi uma das principais demandas do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público (SINTEP). Em reunião recente com o prefeito Miguel Vaz, foi discutida a convocação de cerca de 150 novos profissionais concursados, que irão se juntar ao quadro para atender a demanda e reduzir as contratações temporárias.

Albieri, no entanto, lamentou a forma como a substituição foi conduzida, considerando o tempo restante para o encerramento do ano letivo. “A secretária de Educação poderia muito bem esperar até dezembro para o desligamento, permitindo que os atuais professores finalizassem o ano com suas turmas e, em seguida, chamar os concursados,” disse. Segundo o vereador, a saída prematura dos docentes contratados deixou escolas desestruturadas, com coordenadores assumindo aulas para suprir a falta de profissionais.

O vereador ressaltou que essa situação ocorre em um momento sensível e poderia ter sido evitada. “O certo tem que ser certo. Não estamos aqui para passar pano nos erros só porque apoiamos a gestão. Inclusive, acredito que o prefeito nem estava ciente dessa atitude,” pontuou Albieri. Ele também sugeriu que decisões desse tipo sejam mais bem discutidas internamente para garantir que o interesse dos estudantes e dos profissionais seja preservado.

Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso.