O comando do Corpo de Bombeiros de Lucas do Rio Verde está definindo o plano de combate a queimadas deste ano. As ações iniciam a partir do decreto de estado de emergência ambiental. O período de vigência do documento inicia em maio e vai até novembro deste ano e foi definido pelo Governo de Mato Grosso. Já o período proibitivo de queimadas vai de julho a outubro próximo.
De acordo com o comandante da 13ª Cia Independente de Bombeiros Militar, major Alex Queiroz, de julho a outubro fica proibido qualquer tipo de queimada na zona rural. Comumente o fogo é usado para limpeza de área em propriedades rurais. Já na zona urbana, a prática é proibida ao longo de todo o ano.
“As nossas equipes já estão preparadas para atender. Até o momento, nós registramos poucas ocorrências, mas já registramos algumas até o mês de abril. Foram três queimadas aqui na cidade de Lucas do Rio Verde”, informou o oficial militar.
A partir do registro a ocorrência, há diligencias para tentar identificar o autor do procedimento. Caso isso ocorra, os responsáveis por atear fogo serão notificados pela Secretaria de Meio Ambiente de Lucas do Rio Verde. Não é descartado o registro de ocorrência policial e aplicação de multa.
“Observamos que aqui na zona urbana, os incêndios que ocorrem são intencionais. Infelizmente são pessoas que colocam fogo, tentam até fazer a limpeza de uma área, colocar fogo no lixo, porém, com as condições adversas, com bastante vento nesta época, a vegetação bastante seca, o fogo acaba se alastrando. E aí prejudica os vizinhos, toda a população que sofre com os efeitos do clima, com muita fumaça. Pedimos a essas pessoas que se conscientizem”, destacou.
Zona rural
O início da estiagem coincide com a colheita do milho, condição que traz preocupação ao meio ambiente. O clima seco, aliado ao vento forte e umidade baixa deixa a vegetação vulnerável ao fogo. Como a colheita é realizada ao longo do dia, inclusive em períodos mais quentes, o risco de ocorrer uma queimada é bastante grande.
“Os proprietários rurais são bem orientados a evitar fazer a colheita nos horarios mais quentes do dia. Eles têm que também próximo uma equipe pronta pra atuar caso tenha algum incidente. Mas, como vimos no ano passado, ocorreram alguns incêndios que devastaram uma grande área próximo a região do Morocó também na Primaverinha”, recorda o comandante do Corpo de Bombeiros.
O incêndio ocorrido no ano passado, na região do Primaverinha, em Sorriso, consumiu cerca de 2 mil hectares. “Gerou um prejuízo muito grande, animais foram mortos e é um prejuízo pra cidade também”, ressalta o major, lembrando que Lucas do Rio Verde foi tomada por fumaça da queimada em Sorriso. “Crianças, principalmente idosos, com problemas respiratórios, sofrem muito nesta época em razão desses acontecimentos”.
Reforço
O planejamento do Corpo de Bombeiros relacionado ao combate de queimadas e incêndios vem sendo aperfeiçoado ao longo dos anos. No ano passado, por exemplo, a corporação contou com apoio aéreo para identificar focos e otimizar as ações de enfrentamento.
Para este ano, houve a aquisição de materiais que serão usados para combater essas ocorrências.
“O gargalo nosso hoje eu posso dizer que é material humano mesmo. Está tendo um concurso e que está em andamento, para contratação de novos bombeiros, porém isso vai demorar um pouquinho ainda”, explica Alex, citando que há o período de convocação e treinamento dos futuros militares, que deve demandar um período longo. “A gente não conta com eles por agora. Porém, em conversa com a Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, estamos tentando viabilizar a contratação de brigadistas neste período. Já tive reuniões com o prefeito, secretário, e estão querendo ajudar. Se for possível será feita essa contratação pra apoiar a gente neste período”, citou.
A contratação de brigadistas permitirá ao comando manter militares para atendimento de ocorrências diversas no município. O trânsito, por exemplo, requer atenção especial do Corpo de Bombeiros, com ocorrências diárias no município, algumas com certa gravidade.